Falência da economia russa é uma "questão de tempo", diz União Europeia
Segundo Ursula von der Leyen, comissão pretende atingir maior banco da Rússia nas próximas sanções
Em entrevista ao jornal alemão Bild am Sonntag, veiculada neste domingo (17.abr), a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, afirmou que o colapso econômico da Rússia é 'questão de tempo'. Von der Leyen foi uma das primeiras figuras políticas do Ocidente a visitar a Ucrânia depois da invasão russa, e, junto com os países membros do bloco, já aplicou cinco pacotes de sanções contra Moscou.
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Questionada pelo jornal se o fato de Putin ainda não ter recuado significava que as sanções aplicadas foram muito brandas, Von der Leyen foi categórica:
"Não. As sanções se aprofundam na economia russa a cada semana: as exportações para a Rússia caíram 70%. 700 aeronaves russas perderam suas licenças devido à falta de peças sobressalentes e atualizações de software. Centenas de grandes empresas e milhares de especialistas estão dando as costas ao país. De acordo com as previsões atuais, o produto interno bruto da Rússia cairá 11%. A falência nacional da Rússia é apenas uma questão de tempo. Com esta guerra, Putin também está destruindo seu próprio país e o futuro de seu povo", disse Von der Leyen
Von der Leyen também revelou que o Sberbank, maior banco da Rússia e também do Leste Europeu, do qual o Banco Central da Rússia é o maior acionista, deve ser alvo de um novo pacote de sanções direcionados contra Putin. "Vamos continuar mirando o setor bancário, particularmente o Sberbank, que sozinho representa 37% do setor bancário da Rússia. E, claro, há os problemas de energia". A União Europeia, principalmente a Alemanha, dependem da importação de gás russo natural. Todos os dias, o Bloco paga 450 milhões em euros somente para suprimentos de petróleo.
Ao ser questionada sobre essa dependência energética, a presidente da Comissão Europeia relatou que mecanismos estão sendo desenvolvidos para que o bloco possa deixar de depender da Rússia.
"O objetivo principal é diminuir a renda de Putin. Mas o petróleo é comercializado globalmente. O que não deveria acontecer é Putin cobrar preços ainda mais altos em outros mercados por suprimentos que, de outra forma, iriam para a UE. É por isso que estamos desenvolvendo mecanismos inteligentes para que o petróleo também possa ser incluído na próxima etapa de sanções."
A guerra na Ucrânia já passa de 50 dias, com altos números de civis mortos e relatos de crime de guerra.