Três doses de CoronaVac garantem alta proteção em idosos e imunossuprimidos
Segundo estudos, imunizante induz a produção de anticorpos neutralizantes em até nove vezes
SBT News
O Instituto Butantan informou, nesta 4ª feira (9.mar), que a vacina contra covid-19 da CoronaVac é segura e eficaz para idosos e imunossuprimidos, garantindo uma proteção elevada após a terceira dose. A confirmação é baseada em cerca de sete estudos científicos realizados ao redor do mundo, com dados de situação epidemiológica global, de ensaios clínicos controlados e do Ministério da Saúde.
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Em um trabalho conduzido pela China, por exemplo, pessoas acima de 60 anos que tomaram a dose de reforço oito meses após a segunda dose apresentaram um aumento de 3,7 vezes na concentração de anticorpos neutralizantes. No Chile, um estudo clínico de fase três entre maiores de 60 anos mostrou que a terceira dose de CoronaVac provocou um aumento de mais de nove vezes na capacidade neutralizante contra o vírus em relação à resposta observada cinco meses após a segunda dose.
Além disso, a maior pesquisa sobre a efetividade das vacinas contra a covid-19 no Brasil, feita com 60 milhões de pessoas vacinadas entre janeiro e junho de 2021, comprovou que o esquema vacinal primário de CoronaVac - duas doses- protege os idosos em 84,2% contra hospitalizações, 80,8% contra internações em UTI e 76,5% contra mortes. A pesquisa foi baseada nos dados nacionais do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), do Ministério da Saúde.
A dose de reforço também apresenta grande eficácia na população imunossuprimida. Tais pacientes, que podem possuir diabetes, problemas cardiovasculares ou câncer, entre outras comorbidades, são os que correm mais risco de evoluir para um caso grave ao serem infectados pelo coronavírus.
Na Turquia, um estudo mostrou que a vacina induz a produção de anticorpos em 63,8% dos pacientes em tratamento contra o câncer e não foram observados efeitos adversos graves. Em uma segunda pesquisa turca, a taxa de soroconversão da CoronaVac em pacientes com câncer chegou a 85,2%, com altos títulos médios de anticorpos neutralizantes.
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Outros trabalhos mostraram que o imunizante é seguro e gera anticorpos em 100% dos pacientes com doença hepática gordurosa associada ao metabolismo (DHGM), 87% dos pacientes com hepatite B, 64,9% dos indivíduos com miopatias autoimunes sistêmicas e em 70,4% dos imunossuprimidos com doenças reumatológicas.
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