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Perícia aponta que a arma não tinha digitais de mecânico assassinado

Milícia está envolvida na morte do jovem inocente baleado em São Paulo

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Mecânico inocente foi baleado e morreu
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Uma perícia apontou que a arma de brinquedo encontrada no carro do mecânico assassinado em uma operação policial em novembro do ano passado não tinha as impressões digitais dele. As informações foram obtidas pelo SBT Brasil com exclusividade.

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Trabalho dos peritos faz parte da investigação sobre a presença de milícias na ação que acabou na morte de dois inocentes em São Paulo.

Pra justificar a morte do mecânico Guilherme Lima, de 25 anos, atingido por tiros nas costas, policiais civis que trabalhavam nesta em delegacia da zona leste disseram que ele estava com uma arma de brinquedo.

Guilherme foi morto numa estranha operação policial, em 25 de novembro do ano passado. Investigadores e integrantes da ONG Instituto Nacional de Defesa e Promoção à Pessoa (Indep) atiram contra o carro do mecânico, que não teria parado em suposta barreira.

O primo dele, que estava no carro, foi atingido de raspão e ainda levou uma surra.: "Me jogaram contra o carro que estava batido e começaram a me bater. Falavam que iriam me matar", relata.

Outros dois homens que estavam na rua foram atingidos. Um deles recolhia latinhas pra reciclagem e morreu com um tiro na cabeça. A família do mecânico afirma que ele não tinha arma.

A perícia realizada aumentou ainda mais a suspeita de que a falsa pistola foi colocada pelos policiais. O chefe dos investigadores, Marcelo Roberto Ruggieri, alega que viu o mecânico com a arma na mão dentro do carro, enquanto ele passava, à noite, em alta velocidade, pela barreira policial.

Atingido nas costas, o natural seria que a arma caísse. Nas imagens, é possível ver que a arma de brinquedo foi encontrada cuidadosamente colocada no console do carro, ao lado da mão da vítima.

Além disso, a perícia realizada na arma não encontrou nenhuma impressão digital do mecânico. Ou seja, a pistola não estava na mão de Guilherme quando ele foi baleado e bateu o carro. A tentativa de transformar um trabalhador inocente em um criminoso não deu certo.

Como se não bastasse tudo isso, a tal operação contou com a participação de uma espécie de polícia paralela, que atua livremente em São Paulo. Imagens de câmeras de segurança mostram que integrantes do Indep dirigiram viaturas da polícia e atiraram contra o mecânico.

Ees são, na gíria policial, os chamados 'gansos'. Tudo isso aconteceu há mais de 60 dias. Dois inocentes foram mortos e até agora, ninguém foi preso. A Secretaria da Segurança Pública diz apenas que o caso está sendo investigado.

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