Homem é acusado de roubo e luta para provar inocência pela segunda vez
Folha ponto do profissional mostra que ele estava trabalhando na hora do crime
SBT Brasil
No Rio de Janeiro, o técnico de enfermagem João Luiz Oliveira, de 32 anos, luta para não ser preso de novo, por um crime que não cometeu. Agora, o jovem está sendo acusado de assaltar um ônibus e, mais uma vez, foi reconhecido por uma fotografia.
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"Peço todos os dias a Deus, nas minhas orações, que a verdade venha a aparecer logo e que eu possa sair de cabeça erguida", afirmou João. No início do mês, ele foi parar na cadeira, suspeito de ter roubado um celular. Na ocasião, o reconhecimento se deu por meio de uma foto que a vítima extraiu de uma rede social e entregou à polícia. A defesa provou que o técnico de enfermagem estava em outro lugar na hora do crime e ele acabou liberado.
A mesma foto está sendo usada agora para que João seja acusado de ter assaltado o ônibus, no mesmo dia do outro crime. Segundo a advogada dele, Stephanie Corrêa, "a vítima, quando foi fazer o reconhecimento do João, fez com mais de três meses depois. A memória humana é falha".
Ainda de acordo com ela, "ele nunca foi chamado pra prestar esclarecimentos e já foi decretada logo a prisão direto". A defesa do técnico de enfermagem corre contra o tempo para impedir que ele seja detido novamente e, em vez disso, responda ao processo em liberdade. A advogada reuniu provas, como a folha ponto do profissional, segundo a qual ele estava trabalhando na hora do roubo.
Outra prova a favor de João: mais de 20 km separam a clínica onde ele trabalha e o local do crime. Nas palavras de Sônia Ferreira Soares, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), "o Superior Tribunal de Justiça vem decidindo, reiteradamente, no sentido de rejeitar o reconhecimento facial como único elemento probatório. O Código de Processo Penal brasileiro, em seu artigo 226, estabelece o reconhecimento presencial". Somente neste mês, cinco jovens negros foram soltos pela Justiça no Rio depois de serem presos por engano. Em todos os casos, eles foram identificados por reconhecimento fotográfico.
"Muito triste, assim, em saber que eu posso ser preso de novo a qualquer momento, porque eu nunca fiz nada de errado, eu sou trabalhador, eu tenho provas disso", pontuou João. Segundo a irmã do técnico, Fernanda Santana, desde pequenos que eles trabalham e nunca precisaram "pegar nada de ninguém". Emocionada, acrescentou: "A gente quer justiça, a gente quer conseguir limpar o nome do meu irmão para a gente conseguir dormir tranquilo, sem se preocupar".
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