Familiares acusam PMs de provocarem morte de pedreiro em abordagem
Caso aconteceu em Belém (PA). Capital lidera o ranking de pessoas mortas por policiais civis ou militares
Primeiro Impacto
Um pedreiro de Belém, no Pará, foi morto por policiais militares após uma abordagem. Parentes e familiares da vítima acusam os agentes por terem provocado a morte da vítima. A esposa do pedreiro também teria sido agredida pelos PMs, que invadiram a residência do casal em busca de drogas.
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Antonio Ivanildo Queiroz foi enterrado sob protestos e pedidos de justiça. No laudo, o pedreiro tinha sinais de asfixia mecânica. Um dos parentes afirmou que os policiais sufocaram a vítima e, ao perceberem que o homem estava inconsciente, tentaram socorrê-lo. A esposa foi agredida com um soco no olho.
Para os moradores, o caso do pedreiro morto não é isolado. Há relatos de ações violentas, invasões ilegais, torturas e espancamentos. Os policiais também estariam praticando extorsões, pedindo dinheiro para que pessoas não fossem presas.
Mais de 6,4 mil pessoas foram mortas em 2020 no país por policiais civis ou militares, de folga ou em serviço. É o maior número da série histórica registrado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública desde 2013.
Cerca de 80% das vítimas eram homens negros e o número de mulheres vítimas aumentou de 0,8% para 1,6%. Mais da metade de todas as mortes cometidas por forças de segurança estão concentradas em 50 cidades do Brasil. Cinco municípios são do Pará, e a capital Belém lidera a lista.
A Polícia Militar afirmou, em nota, que recebeu uma denúncia de que um homem estava vendendo drogas na região. A vítima já respondeu por porte ilegal de arma de fogo e homicídio. Na residência do pedreiro foram encontrados papelotes de pasta-base de cocaína. No momento da prisão, o homem sentiu dores no peito e foi socorrido pelos próprios militares.
Sobre as acusações de abuso de autoridade, extorsão e tortura mostradas na reportagem, a corporação não se pronunciou.