Raio-x da vacina: entenda por que a Pfizer é aposta para 3ª dose
Vacina é a 1ª na lista das recomendações do Ministério da Saúde para etapa prevista em setembro; entenda
A aplicação de uma terceira dose de vacina contra a covid-19, prevista para idosos e imunossuprimidos em setembro, veio com uma recomendação do Ministério da Saúde: o grupo deve, de preferência, receber o imunizante da Pfizer. Ou algum outro do tipo vetor viral -- caso da Janssen e da Astrazeneca.
O pedido para as vacinas do tipo têm uma razão específica: a proteção pode ser maior quando a terceira dose da vacina for diferente das demais recebidas. É o que explica a imunologista Anamélia Bocca, professora da Universidade de Brasília (UnB). A especialista também ressalta que o uso da Pfizer facilita de forma efetiva a etapa de reforço -- por ser uma das últimas vacinas liberadas no país, é praticamente garantido que os idosos não a receberam. Além disso, há expectativa de recebimento de grandes quantidades do imunizante no país.
"A faixa etária tomou em maioria a Coronavac, que era a vacina disponível. E existem vários trabalhos falando que, quando vai dar o reforço e se usa outra plataforma vacinal, a resposta é muito mais robusta que a mesma. Então, o ideal, é: quem toma a AstraZeneca, tome outra. Sempre uma vacina diferente da que tomou", detalha Bocca.
A imunologista cita estudos que indicam um bom resultado da Pfizer após o aplicação da Astrazeneca, e ressalta que a medida ainda não deve ser uma aposta para todos os grupos, pela necessidade de maior observação.
"Os idosos têm o sistema imunológico mais debilitado que uma pessoa adulta. Essa decisão foi porque estavam acompanhando essas pessoas que tomaram no início, vendo como estavam mantendo a produção de anticorpos. Tanto que outras pessoas da área da saúde que tomaram não foram incluídas, porque ainda está se mantendo a imunidade. Diferente de idosos e imunossuprimidos que não tiveram tanta memória imunológica", pondera.
Imunização do grupo
Em recomendação sobre o tema, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) indica que uma dose adicional de vacina contra covid-19 pode ajudar a prevenir casos graves e possivelmente fatais da doença em idosos e em pessoas com o sistema imunológico comprometido.