Anvisa solicita informações sobre estudos de 3ª dose de vacina da covid
Laboratórios avaliam a necessidade de um reforço na vacinação
SBT News
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitou nesta 6ª feira (13.ago) informações ao laboratório americano Pfizer sobre estudos relacionados à terceira dose da vacina contra a covid-19. A autarquia quer entender os motivos que levaram a agência reguladora dos Estados Unidos, FDA, a autorizar a aplicação de uma dose adicional do imunizante em pacientes transplantados.
Outras famarcêuticas também avaliam a necessidade de um reforço na vacinação. A Anvisa autorizou três estudos clínicos -- um da Pfizer e dois da AstraZeneca -- que vão analisar se é preciso aumentar a imunidade com uma dose adicional. O Ministério da Saúde começou, este mês, a avaliar a eficácia de uma dose extra da CoronaVac. O laboratório que produz o imunizante na China, por sua vez, já concluiu que o reforço multiplica a proteção.
Nesta semana, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, comentou o resultado: "Com duas doses, existe uma imunização, e, se após seis meses se recebe uma dose adicional, a resposta é mulltiplicada de dois a cinco doses. O mesmo estudo foi feito em pessoas voluntarias de mais de 60 anos, e a diferença é que a dose adicional foi aplicada com oito meses, e essa resposta foi até mais substancial, ela foi de cinco a sete vezes superior à resposta após as duas doses".
Em julho, a Pfizer divulgou uma pesquisa feita com 23 pessoas que tomaram a dose adicional nos Estados Unidos. De acordo com Cristiano Zerbini, pesquisador do Centro Paulista de Investigação Clínica (CEPIC), tomar a unidade de reforço "aumentou, no grupo mais jovem, em cinco vezes a defesa contra a vatiante Delta e, no grupo mais velho, acima de 65 anos, aumentou em 12 vezes a proteção contra a cepa".
O médico coordena um estudo com mais de 10 mil voluntários nos Estados Unidos, na África do Sul e no Brasil. Metade das pessoas tomou a dose adicional da Pfizer. Nas palavras de Zerbini, "se nós chegarmos aos seis meses e ver que a dose de reforço foi muito importante, significativamente importante, vamos vacinar as pessoas do grupo placebo e concluir então que a dose de reforço é necessária".
A terceira unidade dos imunizantes, se aumentar a quantidade de anticorpos, poderia frear a disparada de internações de idosos. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no estado de São Paulo, a hospitalização de pacientes com mais de 80 anos cresceu quase 50%, comparando a primeira semana deste mês com a última de junho. No Rio de Janeiro, epicentro da variante Delta, a alta foi de 90%.
Porém, no país, onde pouco mais de 20% da população está totalmente imunizada, o mais importante agora é completar o esquema vacinal com o que nós já temos em mãos.
Veja reportagem do SBT Brasil: