Doria pede a embaixador da China que auxilie na liberação de insumos
Ele também pediu que compra de vacinas chinesas seja feita por Fórum de Governadores
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pediu, nesta 5ª feira (20.mai), ao embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, que ajude a evitar atrasos na liberação de insumos para a produção de vacinas contra a covid-19. No momento, a fabricação dos dois imunizantes produzidos no Brasil está paralisada por falta de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), oriundo da China.
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"O Brasil lamentavelmente é um risco para o mundo. Se não tivermos vacinas, esse risco crescerá ainda mais, porque não é um problema humanitário para o Brasil, é um problema humanitário para o mundo", enfatizou Doria durante reunião por videoconferência.
Segundo o governo de São Paulo, está prevista para a próxima 3ª feira (25.mai) a próxima entrega de IFA para a produção da CoronaVac -- feita pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. São esperados 3 mil litros do insumo. Já o material para a produção do imunizante de Oxford/AstraZeneca -- produzido no Brasil pela Fiocruz -- está marcada para 29 de maio.
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Após o pedido, Wanming disse que a China continuará a fornecer os insumos. "Não vamos colocar obstáculos políticos nem tratamento diferenciado na liberação de insumos para a CoronaVac ou para a vacina AstraZeneca. Desejamos o máximo de esforço", pontuou.
Adversários do Palácio do Planalto creditam os atrasos a declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de integrantes do primeiro escalão do governo, como o ministro da Economia, Paulo Guedes, contra a China.
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Por isso, outros governadores presentes à reunião ainda pediram que a compra de vacinas chinesas que estão em processo de análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) seja feita pelo Fórum de Governadores em vez do Ministério da Saúde. Entre os gestores, estavam Flávio Dino (Maranhão), Wellington Dias (Piauí) e Waldez Góes (Amapá). Dino afirmou ao embaixador que os ataques feitos à China não representam a opinião dos governadores.