Muçulmana denuncia intolerância religiosa ao ser vacinada
Vítima foi alvo de comentários preconceituosos quando recebia dose contra a Covid-19. Crime aconteceu em Manaus (AM)
Primeiro Impacto
Uma muçulmana foi alvo de intolerância religiosa quando foi se vacinar contra a Covid-19 em Manaus, no Amazonas. A vítima recebia a segunda dose do imunizante quando a enfermeira que a atendeu afirmou que estava "com medo de que ela explodisse o local". A autora da fala preconceituosa disse que "só estava brincando".
Ao menos pela letra da Constituição, o Brasil é um estado laico, ou seja: todas as religiões podem ser praticadas sem interferência e sem preferência por parte dos governos, além de garantir a liberdade de culto, seja ele qual for. Intolerância religiosa é considerado crime previsto em lei, com pena que pode variar de um a três anos de reclusão e multa.
Rita Vieira, estudante de pedagogia e muçulmana por convicção, gravou a enfermeira e um militar do Exército que apareceu no local. A vítima estava preenchendo a ficha para receber a vacina quando a enfermeira fez o comentário intolerante.
"Eu não encaro isso como brincadeira. É algo que me ofende, que me agride, que machuca. Não só a mim, machuca a nossa comunidade toda", afirmou a vítima. Um boletim de ocorrência foi registrado e a enfermeira que fez o comentário deverá ser acionada pela Justiça.