Crime
Mulher negra sofre discriminação enquanto procura emprego
Diarista de Campinas (SP) recebeu mensagem de cunho racista e preconceituoso
Primeiro Impacto
• Atualizado em
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A diarista Marcela Aparecida, atualmente desempregada, foi alvo de discriminação racial. Negra, a moradora de Campinas (SP), sofreu ofensas enquanto procurava emprego.
A família passa por dificuldades por conta da pandemia: o marido também está desempregado e o filho chegou a vender pipas no bairro onde mora. Ele chegou a ganhar uma cesta básica, mas na caixa havia apenas pacotes de sal.
O caso ganhou as redes sociais e uma vaquinha na internet foi realizada. Foram arrecadados mais de R$ 50 mil e, com o dinheiro, a família comprou uma casa.
A repercussão também alcançou uma suposta especialista em Recursos Humanos. No entanto, a "especialista" mandou uma mensagem com teor discriminatório: "Tem que emagrecer um pouco arrumar seus cabelos quando for participar de um processo seletivo. Porque se nao sera difícil concorrer a uma vaga sendo gorda e negra". Os erros de pontuação e de português foram mantidos.
A autora das mensagens preconceituosas se apresentou como "do recrutamento do departamento de Rh". "Na hora eu pensei: ?é um emprego?. Mas não era. Dói bastante, né? Mas é a realidade de hoje em dia, muito racismo", disse Marcela. Ela não prestou queixa, mas pede para que todos que tenham passado por essa situação, que exponham os autores dos crimes.
A pena para o crime de racismo pode chegar até 5 anos de prisão e é inafiançável e imprescritível. Já o crime de injúria racial, quando a ofensa usa elementos de cor, raça ou religião, tem penas de 1 a 3 anos de reclusão. Como as denominações são parecidas, o Supremo Tribunal Federal (STF) está analisando se os dois serão equiparados.
O julgamento foi suspenso na terça-feira (3). O ministro Nunes Marques votou contra e Luiz Edson Fachin, relator do caso, votou a favor.
"São inúmeras microviolências que a população negra sofre todos os dias. A luta antirracista não pertence somente aos negros, mas a todos aqueles que compõem a sociedade brasileira", disse Júlio Cesar Santos.
A família passa por dificuldades por conta da pandemia: o marido também está desempregado e o filho chegou a vender pipas no bairro onde mora. Ele chegou a ganhar uma cesta básica, mas na caixa havia apenas pacotes de sal.
O caso ganhou as redes sociais e uma vaquinha na internet foi realizada. Foram arrecadados mais de R$ 50 mil e, com o dinheiro, a família comprou uma casa.
A repercussão também alcançou uma suposta especialista em Recursos Humanos. No entanto, a "especialista" mandou uma mensagem com teor discriminatório: "Tem que emagrecer um pouco arrumar seus cabelos quando for participar de um processo seletivo. Porque se nao sera difícil concorrer a uma vaga sendo gorda e negra". Os erros de pontuação e de português foram mantidos.
A autora das mensagens preconceituosas se apresentou como "do recrutamento do departamento de Rh". "Na hora eu pensei: ?é um emprego?. Mas não era. Dói bastante, né? Mas é a realidade de hoje em dia, muito racismo", disse Marcela. Ela não prestou queixa, mas pede para que todos que tenham passado por essa situação, que exponham os autores dos crimes.
STF discute equiparação de crimes
De acordo com Júlio César Santos, diretor do Instituto Luiz Gama, o caso é uma interseccionalidade: "é quando o corpo de uma pessoa sofre diversas formas de discriminação. Ali vimos a discriminação de gênero, de raça e de condição fisiológica".A pena para o crime de racismo pode chegar até 5 anos de prisão e é inafiançável e imprescritível. Já o crime de injúria racial, quando a ofensa usa elementos de cor, raça ou religião, tem penas de 1 a 3 anos de reclusão. Como as denominações são parecidas, o Supremo Tribunal Federal (STF) está analisando se os dois serão equiparados.
O julgamento foi suspenso na terça-feira (3). O ministro Nunes Marques votou contra e Luiz Edson Fachin, relator do caso, votou a favor.
"São inúmeras microviolências que a população negra sofre todos os dias. A luta antirracista não pertence somente aos negros, mas a todos aqueles que compõem a sociedade brasileira", disse Júlio Cesar Santos.
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