Desmatamento na Amazônia aumenta 80% em setembro

O desmatamento na Amazônia aumentou cerca de 80% em setembro, em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo o Imazon. Uma área equivalente a meia cidade de São Paulo foi desmatada.

Para fazer o levantamento, o Imazon faz uso de um sistema sofisticado, com seis satélites, que permite detectar desmatamentos a partir de um hectare, mesmo se houver nuvens. Todos os meses, um serviço de alerta serve de base para autoridades e pesquisadores entenderem o que acontece na Amazônia.

Em apenas um mês, mais de 800km² de floresta foram derrubados, o Pará foi responsável por 53% desse total, seguido de Rondônia, Amazonas e Acre. Aproximadamente 14% do desmatamento foi em unidades de conservação, e terra indígenas continuam no alvo dos criminosos.

Norbert Fenzl, cientista, diz que o combate ao desmatamento exige uma mudança na economia da região, que hoje é baseada na agroindústria e exploração mineral e de madeira. Ele sugere um plano de aproveitamento das riquezas que cause menos impacto ambiental:

"Quando eu digo aproveitar a biodiversidade isso significa que precisamos de laboratórios, precisamos de investimentos em ciência, em pesquisa, em inovação, em tecnologias modernas para se apropriar dessa biodiversidade. Se continuar desse jeito, nós vamos continuar nas próximas décadas até a última árvore porque não tem nada que impede de parar".

O Ministério do Meio Ambiente não comentou os dados relativos a setembro.