Procurador é preso depois de esfaquear juíza em TRF de São Paulo
Matheus Assunção afirmou que deveria ter entrado armado no Tribunal, "para fazer o que Janot deixou de fazer"
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Um Procurador da Fazenda Nacional tentou matar a facadas uma juíza dentro do prédio do Tribunal Regional Federal, na avenida Paulista, em São Paulo, no começo da noite de ontem (3). O agressor foi detido e levado à Sede da Polícia Federal.
Matheus Carneiro Assunção foi detido por assessores que estavam no local depois de invadir a sala da juíza Louise Filgueiras e acertar uma facada no seu pescoço, causando um ferimento leve. Ao perceber o seu insucesso, Assunção tentou jogar uma jarra de vidro na direção da magistrada, mas errou. O barulho da jarra quebrando chamou a atenção dos assessores que conseguiram detê-lo.
Segundo informações iniciais da Polícia Federal, o procurador, que parecia estar em estado de surto e intercalava frases sem sentido com de efeito sobre "acabar com a corrupção no Brasil", invadiu primeiro o gabinete do desembargador Fábio Prieto, que não estava no local, o que o levou a descer de andar e invadir a sala da juíza Filgueiras.
Ao ser imobilizado, o procurador se mostrou confuso. Ele teria afirmado que deveria ter entrado armado no tribunal, "para fazer o que Janot deixou de fazer", em referência as recentes declarações do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que afirmou ter ido armado Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, com a intenção de matar Gilmar Mendes e depois se matar.
A Associação dos Juízes Federais divulgou nota dizendo que a falta de segurança na magistratura é crônica e que não se justifica, em nenhuma hipótese, colocar vidas em risco por motivo de restrições orçamentárias. E que a segurança deve ser garantida por profissionais devidamente treinados. Também em nota, a Advocacia-Geral da União afirmou que "determinou a imediata abertura de sindicância investigativa no âmbito da instituição".