Caso Ágatha: "Tem que entender que se vive em guerra", diz Mourão
O presidente em exercício defendeu a atuação da polícia e disse que tragédias, como a morte da menina de 8 anos, acontecem no combate aos criminosos
SBT News
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, comentou, nesta segunda-feira (23), a morte da menina Ágatha, de apenas 8 anos, durante uma operação da polícia militar no Complexo do Alemão, neste fim de semana.
Segundo Mourão, casos como este são resultado da guerra ao narcotráfico. "As narcoquadrilhas que operam no Brasil viraram uma guerrilha, elas estão estruturadas igual a guerrilha, têm força de guerrilha, têm força de apoio, que varre a rua depois do confronto, que diz que quem atirou foi a polícia. E, infelizmente, a gente tem que entender que se vive uma guerra e aí acontece tragédias dessa natureza".
Para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, porém, o assassinato de Ágatha não deve prejudicar a avaliação do pacote Anticrime, que foi encaminhado ao Congresso Nacional.
Entre outras medidas, o projeto reduz a pena de policiais que matarem em conflitos. "A proposta do projeto anticrime diz respeito ao aperfeiçoamento do instituto da legítima defesa. Então, pelo que caminha o esclarecimento dos fatos noticiados por cima, mas que precisam ser confirmados, não haveria uma situação compatível para o qual se aplicaria o projeto anticrime", argumentou Moro.
Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, pediu para que a proposta seja analisada com cautela. "Esse é um tema polêmico. Você pode estar protegendo um policial combate, ou que pode estar liberando demais para que uma vítima possa perder a vida. O trabalho da polícia não é de que, porque você está lutando pelo crime organizado, acaba com a vida de uma criança", declarou Maia.