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Bolsonaro fala em rede de tráfico envolvendo sargento preso

Ainda no Japão, o presidente comentou que o caso deveria ter acontecido na Indonésia, onde há pena de morte para o contrabando de drogas

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Bolsonaro fala em rede de tráfico envolvendo sargento preso
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Em conversa com a imprensa brasileira, neste sábado (29), durante o encerramento do comitê do G-20, no Japão, Jair Bolsonaro voltou a comentar o caso do militar preso com trinta e nove quilos de cocaína em um dos aviões da Comitiva Presidencial - no aeroporto de Sevilha, Espanha. 

O presidente falou em uma possível rede de tráfico envolvendo o sargento, e defendeu que o mesmo deveria ser julgado em um país onde o crime é punido com sentença de morte. "O que nós queremos das Forças Armadas é que não apenas o sargento, né, seja levantado aí toda essa rede que existe com certeza pela quantidade de droga. Eu queria que tivesse sido na Indonésia. Ele ia ter o destino que o Archer teve no passado."

Marco Archer, a quem Bolsonaro se referiu, foi o brasileiro executado na Indonésia, em 2015, depois de ter sido preso com treze quilos de cocaína. 

Ainda durante a coletiva, o presidente confirmou que desistiu de tratar do assunto Venezuela na reunião dos BRICS para não problematizar com Vladimir Putin, que, ao contrário do brasileiro, defende a permanência de Nicolás Maduro no poder. 

O último compromisso do dia de Bolsonaro seria um dos mais importantes do encontro do G-20: uma reunião bilateral com o presidente da China, o maior parceiro comercial do Brasil.

No entanto, após esperar por meia hora, o presidente brasileiro decidiu cancelar o encontro. O porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros, alegou problemas de logística. Bolsonaro tem viagem programada para a China em agosto. 

A comitiva brasileira deixou o Japão no início da noite deste sábado (29), manhã no horário brasileiro, com destino a Brasília.


Os últimos encontros da reunião do G-20


Além das plenárias de encerramento com todos os líderes, houve várias reuniões bilaterais - encontros mais formais do que as conversas de bastidores, com peso diplomático maior -, como o dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin. 

Outro encontro bastante tenso foi entre Putin e a britânica Theresa May, o primeiro depois que os ingleses acusaram os russos de usar uma arma química para matar um ex-espião no interior da Inglaterra. 

Enquanto isso, Jair Bolsonaro se reuniu com os líderes do Japão, Singapura, Índia e Arábia Saudita. 

A reunião mais esperada, porém, foi entre o chinês Xi Jimping e o norte-americano Donald Trump, que aconteceu em meio à guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta. Após a conversa, eles anunciaram uma trégua e a volta das negociações, o que trouxe alívio para boa parte do mundo.

No entanto, para os europeus, e principalmente para os sul-americanos, o momento político mais importante do G-20 foi a aparição pública dos líderes que conseguiram tirar do papel o acordo de livre comércio entre os dois blocos econômicos - Mercosul e União Europeia -, que levou duas décadas para ser concluído. 

Coube, então, a Maurício Macri, presidente da Argentina, que está na presidência rotativa do Mercosul, falar sobre a importância do acordo para as economias da região, mesmo tom adotado por Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia. 

No mesmo palco, estava Emmanuel Macron, presidente da França, e Angela Merkel, chanceler da Alemanha, que pressionaram por uma cláusula no acordo comercial que pode suspender as compras de produto brasileiros, se os europeus considerarem que houve abuso na política ambiental. 

 

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