"Despedalada": Bancos públicos devolverão valor ao Tesouro
A primeira instituição a voltar os recursos para os cofres públicos será a Caixa Econômica Federal, que anunciou a devolução de três bilhões de reais
SBT News
O ministro da Economia Paulo Guedes anunciou nesta quarta-feira (12) a devolução de mais de oitenta e seis bilhões de reais ao Tesouro Nacional por bancos públicos.
O anúncio foi uma promessa feita por Guedes ainda durante a campanha de Jair Bolsonaro.
Durante os governos dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, o Tesouro emprestou dinheiro aos bancos públicos para que oferecessem mais crédito a consumidores e empresas. A ideia era aquecer a Economia do país. No entanto, de acordo com o ministro, as instituições nunca devolveram nada ao Governo.
"Então, nós estamos despedalando, estamos recuperando este recurso, e com isso nós vamos resgatando a dívida pública", explicou Paulo Guedes.
Até o dia 31 de dezembro do ano passado, cinco bancos ligados ao Estado deviam, juntos, ao Tesouro Nacional, oitenta e seis bilhões e quinhentos milhões de reais.
A Caixa Econômica Federal é a detentora da maior dívida, quarenta bilhões e duzentos milhões de reais, e será a primeira a entrar na chamada "despedalada".
A Caixa anunciou, nesta quarta-feira (12), que pretende devolver três bilhões agora, e mais dezessete até o fim do ano. "A discussão que eu tenho com o ministro é, de nesse ano, dependendo de questões específicas, o nosso plano é devolver vinte bilhões de reais", declarou o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.
Os outros bancos que devem para o Tesouro são o BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Social, com trinca e seis bilhões; o Banco do Brasil, com oito bilhões; e os Bancos do Nordeste e da Amazônia, um bilhão de reais cada.
A equipe econômica e o presidente Jair Bolsonaro comemoraram a notícia. Apesar do recurso não poder ser usado para pagar despesas, nem para fazer investimentos, servirá para ajudar a sanar a dívida pública, que hoje é de 3,8 trilhões de reais.
A devolução do dinheiro ainda vale como simbolismo, dando ao mercado um sinal de que, neste Governo, não deverá haver a chamada contabilidade criativa.