“Tenho expectativa da manutenção no corte dos juros” afirma Haddad
Ministro da Fazenda disse que é possível manter redução consistente do juros durante o ano que vem
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, espera que a queda na taxa Selic, que iniciou em agosto deste ano, siga durante todo o ano que vem. O ministro ponderou que é preciso analisar o cenário internacional e principalmente o que irá ocorrer nos Estados Unidos. Haddad classificou como “patamar elevadíssimo” a taxa de juros norte-americana.
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As declarações do ministros aconteceram um dia depois de o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, garantir que até março o corte da Selic, que está em 11,75% ao ano, continuará. E, que depois disso, a redução irá depender do desempenho da economia brasileira.
Haddad reconheceu que não existe “automatismo” sobre a taxa de juros e que é necessário avaliar a conjuntura mês a mês. Ele também destacou que é necessário cautela sobre as projeções já que a maioria dos analistas errou a previsão sobre o desempenho brasileiro. No início do ano, havia uma estimativa de que a cotação do dólar pudesse chegar a R$ 6 e que a economia teria crescimento pífio. Os números mais recentes apontam o crescimento do PIB de 3% e dólar cotado a R$ 4,87.
Além das negociações com o Congresso, foi o ministro da Fazenda que teve a tarefa de aproximar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de Roberto Campos Neto. Durante o primeiro semestre deste ano, o presidente do Banco Central foi alvo de inúmeras críticas por parte do presidente Lula. A avaliação é que a taxa de juros elevada trava a economia porque torna o crédito mais caro e a boa parte da população não tem como consumir, comprar casa, carro.
Depois da primeira queda nos juros anunciada em agosto pelo Copom (Comitê de Política monetária), Haddad intermediou o primeiro encontro entre Lula e Campos Neto. O ano terminou com o presidente do Banco Central na lista de convidados do presidente Lula para o churrasco de confraternização na Granja do Torto, na noite de quinta-feira. Ao ser questionado, se a relação entre Lula e Campos Neto seguirá azeitada caso os juros parem de cair, Haddad desconversou.