"Quem mancha o nome das Forças Armadas deve ser punido”, diz Múcio sobre plano para matar Lula
Assassinato foi planejado por quatro militares e um agente da Polícia Federal; Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes também eram alvos
Camila Stucaluc
O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou, na quarta-feira (20), que os militares envolvidos no plano de golpe de Estado e assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não representam as Forças Armadas. Ele ressaltou que os envolvidos agiram por conta própria e que, se culpados, devem ser punidos por manchar o nome das forças de defesa.
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“São pessoas que pertencem às Forças Armadas, mas não estavam representando os militares, estavam com seus CPFs. Foi iniciativa de cada um. E eu desejo que tudo seja apurado, que os culpados sejam verdadeiramente julgados pela Justiça. Quem mancha os nomes das Forças Armadas, se culpados, sejam punidos”, disse Múcio.
O plano de assassinato de Lula foi descoberto pela Polícia Federal, que prendeu quatro militares e um agente da própria corporação por envolvimento no caso. A execução, que também mirava o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, seria feita em 15 de dezembro de 2022.
A ideia seria impedir a posse do governo eleito no pleito de outubro do mesmo ano. O grupo previa os assassinatos com uso de um arsenal de guerra, incluindo uma metralhadora belga/norte-americana M249, fuzis e lança-granadas. Uma possível morte por envenenamento também foi cogitada pelos organizadores do esquema.
“O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um ‘Gabinete Institucional de Gestão de Crise’, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações”, disse a Polícia Federal.
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Um dos presos, o general Mário Fernandes, que serviu no governo de Jair Bolsonaro (PL), é apontado como o responsável por imprimir o plano, intitulado “Punhal Verde e Amarelo”, no Palácio do Planalto. “O grupo se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações”, afirmam os investigadores.