Governo aciona MP por vídeo que “flagra” exploração sexual de jovens no Marajó
Ministérios cobram justificativa de flagrante de exploração sexual criado; peça foi publicada em perfil de ex-deputado de SP
O governo pediu informações a respeito da legalidade de um vídeo que armou um flagrante de crime de exploração sexual de menores de idade na região do Marajó, no Pará. A solicitação foi encaminhada ao Ministério Público do estado, no início desta semana, e responde a um material divulgado pelo canal do ex-deputado Arthur do Val, conhecido como “Mamãe Falei”.
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A peça foi divulgada no último 8 de março, com o título "Fui para Marajó e fiquei chocado com o que vi". No vídeo, o político arma um flagra de exploração sexual de menores na região. Os detalhes, segundo pedido apresentado pelo governo, foram combinados com a Polícia Civil do Pará.
Arthur do Val chegou a marcar um encontro com duas jovens, que foram ao hotel em que ele estava hospedado. A intenção era comprovar o crime de exploração sexual. Ainda no vídeo, ele aciona policiais que levam envolvidos para a delegacia.
O pedido destaca que o vídeo não deixa claro se elas eram menores de idade e se outras pessoas com quem o ex-deputado conversa são realmente policiais. A demanda pela apuração foi enviada pelo ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, e encaminhada por ofício ao Procurador-Geral de Justiça do Estado do Pará, César Mattar Júnior foi assinado pelo secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Cláudio Augusto Vieira da Silva.
“Os detalhes da operação teriam sido combinados entre o senhor Arthur do Val, Matheus Faustino, que o acompanha na viagem, e a Polícia Civil/PA e consistiam em buscar locais conhecidos pela exploração sexual infantil para viabilizar uma denúncia. Para tanto, contaria com o apoio de cidadãos locais não identificados, que levariam as "meninas" ao Hotel em que o ex-deputado estava hospedado para então constatar o crime de exploração sexual. Na sequência, a Polícia Civil foi acionada e conduziu as duas adolescentes à delegacia”, diz trecho do pedido.