Brasil condena escalada do conflito no Oriente Médio e volta a pedir cessar-fogo
Preocupação é com o envolvimento do Irã nos combates entre Israel e Hezbollah
Camila Stucaluc
O governo brasileiro divulgou, na noite de quarta-feira (2), uma nota expressando “preocupação” com o lançamento de mísseis pelo Irã contra o território israelense – última escalada do conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah, no Líbano. No texto, a gestão condena os ataques e renova o apelo por um cessar-fogo.
“Reiteramos a necessidade de amplo cessar-fogo em todo o Oriente Médio e conclamamos a comunidade internacional para que utilize todos os instrumentos diplomáticos à disposição a fim de conter o aprofundamento do conflito”, diz o comunicado.
A preocupação é com a escalada dos confrontos. Isso porque o Irã, que apoia o Hezbollah, disse que tinha concluído a resposta contra Israel pela morte de líderes do grupo, exceto no caso de novas provocações. Ao mesmo tempo, o governo de Israel prometeu retaliar o ataque, afirmando que o Irã “pagará um preço caro” pelo bombardeio.
Em meio ao cenário, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) reuniu-se em caráter de emergência para discutir a crescente tensão entre Israel e Irã. O encontro, no entanto, foi marcado por acusações mútuas e ameaças de retaliação entre os dois países, alimentando os temores de um conflito mais amplo no Oriente Médio.
Al-Sayyid Hadi Hashim, representante do Líbano na ONU, pediu um cessar-fogo imediato, ressaltando que o conflito já deixou mais de mil mortos no país, além de 1,2 milhão de deslocados. “O Líbano está preso entre a máquina de destruição de Israel e a ambição de outros na região. As pessoas do Líbano rejeitam essa fórmula fatal”, disse.
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O apelo foi rejeitado por ambos os lados, que voltaram a entrar em conflito. Na noite de quarta-feira (4), um ataque aéreo lançado por Israel atingiu um edifício residencial no centro de Beirute, deixando seis mortos e 11 feridos. Em paralelo, sete soldados israelenses morreram em combates com militantes do Hezbollah no sul do Líbano.