Protestos contra o governo deixam 11 mortos e dezenas de feridos no Quênia
Polícia local realizou disparos para dispersar manifestantes durante a "Marcha do Povo de Saba Saba", nesta segunda-feira (7)

com informações da Reuters
SBT News
Pelo menos 11 pessoas foram mortas durante manifestações antigovernamentais nesta segunda-feira (7), em Nairóbi, no Quênia, segundo informações da Reuters.
As mortes ocorreram durante o 35º aniversário de manifestações pró-democracia, conhecidas como "Marcha do Povo de Saba Saba", que acontecem todos os anos desde 7 de julho de 1990.
Policiais usaram gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar centenas de manifestantes, que avançavam ao longo de uma estrada que liga o bairro de Kangemi ao centro de Nairóbi.
A polícia local tem se mobilizado desde os protestos liderados por jovens em junho de 2024, que inicialmente se queixavam do aumento de impostos, mas se expandiram para questões com a corrupção, a brutalidade policial e os desaparecimentos de críticos do governo.
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A morte Albert Ojwang, de 31 anos, professora e influenciadora que estava sob custódia policial, em junho, deu um novo ímpeto aos protestos.
A Casa de Repouso Eagle divulgou que seis pessoas feridas foram internadas e duas morreram por ferimentos a bala. Já uma fonte do Hospital Nacional Kenyatta comunicou que o local estava tratando 24 feridos, sem dar detalhes.
A Comissão Nacional de Direitos Humanos do Quênia (KNCHR) afirmou que viu "vários policiais encapuzados, sem uniforme, viajando em veículos sem identificação". Uma ordem judicial do país exige que a polícia seja facilmente identificada após alegações de que policiais à paisana dispararam com armas de fogo contra manifestantes em 2024.
Segundo a mídia local, também houve manifestações nas cidades de Nyeri, Embu e Nakuru, onde meia dúzia de policiais a cavalo dispersaram manifestantes que atiravam pedras.
A polícia bloqueou as principais estradas que levam a Nairóbi e restringiu o tráfego dentro da cidade, deixando as ruas desertas, exceto por manifestantes, que chegaram a pé. A maioria das escolas e pelo menos um shopping center foram fechados.