Lula lidera reunião do Mercosul nesta 5ª em meio à crise entre Venezuela e Guiana
Acordo comercial com Singapura e adesão da Bolívia ao bloco estão entre pautas do encontro
Camila Stucaluc
O presidente Luiz Inácio da Silva (PT) lidera, nesta 5ª feira (7.dez), a 63ª edição da reunião de cúpula do Mercosul -- bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. O encontro dos chefes de Estado, que será realizado no Rio de Janeiro, acontece em meio ao embate entre Venezuela e Guiana, que reivindicam a província de Essequibo.
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A tensão na fronteira chegou ao Brasil, que enviou blindados para Roraima em caso de possíveis conflitos entre os países. Na noite de 4ª feira (6.dez), Lula se encontrou com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O presidente foi pressionado a dar uma resposta mais dura ao líder venezuelano, Nicolás Maduro, antigo aliado.
Isso porque a tensão entre os países foi criada por Maduro, que apresentou um projeto de lei para anexar Essequibo e criar um novo estado venezuelano. A decisão foi tomada após o governo realizar um referendo sobre o tema, aprovado por 95% da população. Nesta semana, Maduro apresentou um novo mapa da Venezuela incluindo a região.
A ação foi criticada pela Guiana, que afirmou que acionaria o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), uma vez que o plano de Maduro representa uma ameaça direta à integridade territorial nacional. O governo disse ainda que irá reforçar a proteção na fronteira e que irá pedir o auxílio de nações aliadas, como o Brasil.
Encontro do Mercosul
Segundo o Planalto, a agenda do Mercosul prevê uma reunião entre os presidentes dos países do bloco no Museu do Amanhã, no Rio, seguida de um almoço e de outra reunião. A expectativa é que o primeiro encontro resulte na assinatura do acordo comercial entre Mercosul e Singapura, o que deve representar a porta de entrada do bloco para a Ásia.
A promulgação do protocolo de adesão da Bolívia ao Mercosul também deve ser realizada hoje. A entrada do país ao bloco foi aprovada pelo Congresso brasileiro, visando mais investimento e troca de comércio. Para o vice-presidente Geraldo Alckmin, a adesão da Bolívia "cria um espaço ainda mais significativo de integração regional".
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Outro tópico que deve ser debatido pelos países é referente aos avanços nas negociações entre Mercosul e União Europeia. O governo acredita que há expectativa de assinatura em breve, o que deve beneficiar ambas as economias com a ampliação de exportações.