Múcio: "Em momento nenhum as Forças Armadas têm participado de política"
Ministro da Defesa e comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica participaram de audiência pública
O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou nesta 5ª feira (4.mai) que "em momento nenhum as Forças Armadas têm participado de política" no Brasil e reforçou que o Ministério da Defesa apresentou um projeto ao Planalto "aonde a questão militar e política seria absolutamente separada". As declarações foram dadas em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado.
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Múcio e os comandantes das Forças Armadas -- Tomás Miguel Paiva, do Exército, Marcos Sampaio Olsen, da Marinha, e Marcelo Damasceno, da Aeronática -- foram ouvidos pelos senadores. O ministro da Defesa falou sobre a relação das instituições com a política ao ser questionado pelo presidente da CRE, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre como percebe a questão do uso político delas e quais as iniciativas da pasta para garantir que os militares não se conduzam sobre vieses políticos e ideológicos.
"Tem sido extremamente louvável a atuação das Forças nesses últimos episódios que nós vivenciamos. Não houve uma manifestação sequer de ninguém das Forças Armadas. Os senhores senadores e os presentes aqui, há muitos meses não veem uma nota no jornal, nas redes sociais, uma nota de desagravo, uma nota de protesto. Acho que as Forças Armadas desempenham um papel que os senhores desejam e que a sociedade brasileira deseja", pontuou Múcio.
Ainda de acordo com ele, o projeto apresentado ao Planalto será apresentado aos senadores também para discussão no Congresso. Pelo texto, ressaltou, "qualquer militar que se dispuser a entrar na política, com sucesso ou insucesso, ele não voltaria às Forças Armadas. Isso porque a experiência diz que aqueles que não tem sucesso voltam para se preparar para o novo pleito com proselitismos políticos, aí cria grupos políticos, e começa a fazer campanha dentro das próprias Forças, prejudicando a blindagem de dois vetores importantíssimos na Força, que é a disciplina e a hierarquia".
Posteriormente, Múcio declarou: "Temos tido uma atuação conjunta permanente e dedicada com todos os comandantes, o Estado-Maior conjunto e os três comandantes, para que nossas atividades sejam voltadas exatamente para dentro das Forças".
Em resposta a Calheiros também, o ministro falou sobre a indústria de defesa. "Nós temos muito orgulho do que somos, mas temos muita preocupação do que nós precisamos ser. Nós investimos em defesa 1,1% do nosso orçamento. A Colômbia, investe 3,6. O Equador, 2 e pouco", afirmou.
De acordo com ele, é preciso trabalhar para fomentar a indústria de defesa. "Um país que tem 10 milhões de desempregados, 33 milhões de pessoas com insegurança alimentar, é muito difícil a gente falar em comprar equipamentos de defesa. Desde que nós chegamos no Ministério da Defesa, nós temos discutido fontes externas de como fazer, a forma de fazer", declarou também.