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Governo estuda tirar terras de empregadores que praticam trabalho escravo

Ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, quer encontrar Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal

Governo estuda tirar terras de empregadores que praticam trabalho escravo
Governo Lula se reúne para debater ações contra o trabalho escravo
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O governo Lula estuda tirar terras de empregadores que colocarem seus funcionários em situação de trabalho análogo ao de escravo. A medida vem sendo discutida por ministérios depois que 207 trabalhadores foram encontrados em vinícolas de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, no último dia 22 de fevereiro.

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O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, se reuniu com membros das pastas do Trabalho, da Saúde, da Justiça e da Igualdade Racial para pedir providências no caso de Bento Gonçalves. Na ocasião, também foram discutidas questões relacionadas ao Fluxo Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo.

Após o encontro, ficou definido que Almeida iria marcar uma reunião com o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, para falar sobre a regulamentação do artigo 243 da Constituição Federal, que trata da expropriação de propriedades rurais e urbanas onde for constatada a exploração de trabalho análogo à escravidão.

O dispositivo destina esses locais à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções. 
 
A advogada da ONG Conectas Direitos Humanos, Fernanda Drumond, afirma que a ação já tinha sido pensada no último governo, no entanto, segundo ela, a medida não foi adotada.

"Essa iniciativa é fundamental para a gente tentar alterar um pouco desse triste quadro que está no Brasil há séculos", afirma a especialista. 

Para Fernanda, o aumento do número de pessoas encontradas em situação de escravidão --houve crescimento de pelo mais de 30% no ano passado, segundo o Ministério do Trabalho --se deve a questão falta de comida e de emprego.

"O que a gente vem notando nesses últimos anos é que, com a piora do desemprego, do quadro social, da fome, as pessoas estão desesperadas por comida. É uma questão de sobrevivência. As pessoas estão se submetendo a condições indignas de trabalho e de vida e se sujeitam a escravidão", afirma a integrante do Conectas. 

Ainda segundo a advogada, é necessário aumentar as punições e fiscalização de empresas que escravizam pessoas. A especialista afirma que as indenizações ainda são pequenas e que acabam beneficiando as empresas.

"O que a gente vê hoje em dia é que escravizar compensa. A gente tem hoje no Brasil um quadro deficitário de fiscais do trabalho, os responsáveis por fiscalizarem essas situações", diz a advogada.

Em entrevista ao SBT News, Fernanda falou sobre o cenário do trabalho escravo no Brasil. Veja vídeo:

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