Intervenção aponta que governo do DF sabia de atos 48h antes das invasões
Em relatório, grupo afirma conhecimento da inteligência e que Torres não poderia estar em viagem
Lis Cappi
O núcleo de inteligência do Distrito Federal sabia, com antecedência, da intenção de apoiadores radicais de Jair Bolsonaro (PL) em invadir órgãos públicos nos atos de 8 de janeiro. A informação consta em relatório apresentado pela intervenção federal e divulgado nesta 6ª feira (27.jan). O grupo assumiu o trabalho em Brasília para controle da crise, após ações contra o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Segundo o documento, o alerta das possíveis ações foram recebidas em 6 de janeiro e difundidas no mesmo dia dentro do gabinete do Secretário de Segurança Pública do DF. À época, o cargo estava ocupado por Anderson Torres, que também é ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro. O gabinete estaria ciente dos seguintes pontos:
- Possibilidade de invasão e ocupação a órgãos públicos;
- Participação de grupos com intenção de ações adversas, bem como orientação de que o público participante fossem adultos em boa condição física;
- Participação de pessoas que pertenceriam ao segmento de Colecionadores, Atiradores e Colecionadores (CACs);
- Possíveis ações de bloqueios em refinarias e/ou distribuidoras.
A conclusão do grupo de intervenção também destaca que Anderson Torres estava em viagem ao exterior antes do período liberado para férias. "Durante os atos ocorridos no dia 08 de janeiro de 2023, o Secretário de Estado de Segurança Pública Anderson Gustavo Torres encontrava-se viajando para Orlando, nos Estados Unidos, sendo que o período oficial de férias estava marcado para a partir do dia 9 de janeiro de 2023", diz trecho do documento.
O documento ainda aponta que seis inquéritos policiais militares foram instaurados para apurar a conduta e omissões dos comandantes, subcomandantes e outros policiais no dia das invasões.
O relatório foi produzido após informações ofernecidas pelo Gabinete da Secrearia de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF), pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), pela Subsecretaria de Operações Integradas da SSP/DF e pela Subsecretaria de Inteligência da mesma Secretaria. Também levou em conta informações divulgadas a respeito das invasões. Leia a íntegra:
Leia mais:
+ Relatório da intervenção traz novas imagens de ataque aos Poderes; assista