Governo lança plano para reduzir importação de fertilizantes
De acordo com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ação não prevê autossuficiência do país
O Governo Federal lançou, nesta 6ª feira (11.mar), o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) para reduzir a importação de fertilizantes no Brasil. No entanto, de acordo com a ministra da Agricultura,Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, o plano não prevê autossuficiência, mas sim a capacidade de superar dificuldades.
"Não estamos reagindo a uma crise, mas tratando de um problema estrutural a longo prazo. Há uma colaboração intensa dos melhores técnicos da Esplanada dos Ministérios e em 2050 é a data que definimos como meta final para a conclusão do plano. É preciso ressaltar que não buscamos a autossuficiência", disse a ministra.
A iniciativa, que já vinha sendo desenvolvida pela pasta, foi liberada após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. A Rússia é responsável por cerca de 25% do total de fertilizantes usados no agronegócio brasileiro, como potássio. Rússia, China, Canadá, Marrocos, Bielorússia. Estados Unidos, Catar, Israel, Egito e Alemanha são os dez maiores exportadores de fertilizantes para o Brasil, de acordo com o Ministério da Economia.
O Brasil conta com 85% dos fertilizantes utilizados no país importados, são cerca de 85 milhões de toneladas. De acordo com a ministra, 90% dos fertilizantes nitrogenados (N) são importados, 75% dos fosfatados (P) também e cerca de 96% de potássio (K) tem origem de outros países. Os três elementos, nitrôgênio, fósforo e potássio foram o composto NPK. As culturas que mais demandam o uso de fertilizantes, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, são a soja, o milho e a cana-de-açucar, cerca de 73% do consumo nacional.
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A ministra declarou que há centenas de jazidas mapeadas que podem ser exploradas tanto de nitrogênio e fosfato. No entanto, em relação ao potássio, que é, segundo Cristina, o maior desafio do Brasil, haverá uma diplomacia dos insumos. "É preciso a manutenção do fluxo de nossos principais fornecedores internacionais enquanto desenvolvemos estratégias nacionais", destacou.
Propostas
A ideia é que o plano seja utilizado como uma referência para o planejamento do setor de fertilizantes nos próximos 28, até 2050. As diretrizes do PNF, que serão seguidas, segundo a ministra, são: sustentabilidade, atração de investimentos em ciência e tecnologia, segurança jurídica e governança. "Esse é um plano de Estado e não de governo", finalizou a ministra.
O plano busca reduzir a dependência de importações de fertilizantes de 85% para 45% até 2050. O uso de novos insumos orgânicos e bioinsumos serão estimulados, além da comunicação para os produtores rurais brasileiros sobre a possível redução do uso de fertilizantes. Linhas de crédito, incetivos a ações privadas e melhorias na infraestrutura e logística nacionais são outros pontos apontados pelo plano para aumentar a produção nacional de fertilizantes.
Além da ministra da Agricultura, participaram da cerimônia de lançamento do PNF, no Palácio do Planalto, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Economia, Paulo Guedes, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o Secretário Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Flávio Rocha, além de embaixadores de países que exportam fertilizantes para o Brasil como Arábia Saudita, Argélia, Catar, Egito, entre outros.
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