Bolsonaro volta a defender "tratamento precoce" e ataca CPI: "Fiasco"
Durante transmissão ao vivo pela internet, presidente afirmou não ser negacionista
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, nesta 5ª feira (30.set), em sua live semanal, e afirmou que os integrantes do colegiado "tentam criminalizar as pessoas que defendem o tratamento inicial para a covid-19".
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O chefe do Executivo chegou a afirmar que o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), e o deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB-PE), irmão do senador Renan Calheiros (MDB-AL), apresentaram uma emenda a uma Medida Provisória (MP) que permitia que governadores e prefeitos "poderiam comprar vacinas sem certificado da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e sem licitação".
Novamente adotando um tom de defesa ao "tratamento precoce" contra a covid-19, Bolsonaro afirmou que tomou a medicação sem eficácia e no dia seguinte já estava bem. Além disso, também pediu que a imprensa indagasse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, -- que cumpre quarentena após testar positivo para a covid-19 nos Estados Unidos -- se o mesmo realizou ou não tratamento inicial nos EUA, e indicou que demais integrantes da comitiva, que testaram positivo, também fossem questionados, como o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.
Entre as declarações, Jair Bolsonaro também criticou a conduta de seu ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta: "Perguntem [ao ministro Marcelo Queiroga] se ele fez algum tratamento inicial ou se ele ficou na Embaixada quietinho tomando paracetamol ou não fez tratamento inicial, ficou rezando olhando para o 'protocolo Mandetta' que dizia 'vá pra casa! Quando sentir falta de ar, procure um hospital". Bolsonaro também afirmou que "pessoas que já contraíram o vírus têm mais anticorpos do que quem toma a vacina" -- o que não tem base científica.
Entretanto, o presidente da República afirmou não ser negacionista e disse que se fosse não teria assinado uma MP que permitia a compra de vacina.
Ainda durante a transmissão ao vivo pela internet, Bolsonaro voltou a dizer que a responsabilidade do preço alto dos combustíveis é dos governadores, uma vez que os impostos federais continuam os mesmos desde 2019, de acordo com o presidente. Além disso, o chefe do Executivo também pediu para que as pessoas economizem energia elétrica, por causa da crise hídrica, e adotem medidas como apagar as luzes, aumentar a temperatura ou deixar de utilizar ar-condicionado. "Se puder desligar uma tomada, desliga esse fio. Ajude a gente", pediu o presidente.