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Dança das cadeiras: entenda o que mudou na Esplanada de Bolsonaro

Governo anunciou trocas em seis ministérios nesta 2ª feira. Saiba quais são os desdobramentos

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Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
• Atualizado em
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O governo Jair Bolsonaro passou por uma espécie de reforma ministerial nesta 2ª feira (29.mar), anunciando a troca de comando de seis ministérios no mesmo dia. As mudanças foram uma "dança das cadeiras": três nomes deixaram o governo, outros três entraram e mais três ministros foram realocados para uma função diferente.

Com as trocas, o governo ultrapassou uma marca simbólica: mais da metade dos ministérios teve o seu comando trocado pelo menos uma vez desde a posse de Bolsonaro. Leia abaixo quem entrou, quem saiu e o que significa cada uma das mudanças na Esplanada de Bolsonaro. 
 

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES




A demissão do ministro Ernesto Araújo inaugurou o dia de trocas no governo. Nome destacado da chamada ala ideológica do governo, a saída de Araújo já era esperada nesta semana depois que o chanceler fez um ataque à senadora Kátia Abreu (PP-MA) via Twitter no fim de semana.

A condução da política externa por Ernesto vinha recebendo críticas no Senado. Bolsonaro tentava mantê-lo no cargo oferecendo em troca a demissão do assessor de Assuntos Internacionais do Planalto, Filipe Martins, que havia ofendido senadores ao fazer um gesto que remetia ao supremacismo branco em uma sessão congressual.

O embaixador Carlos Alberto Franco França, diplomata de carreira, entra no lugar de Ernesto. No governo Bolsonaro, França já foi chefe do cerimonial no Planalto e, depois, assessor-chefe na assessoria especial da Presidência da República.
 

MINISTÉRIO DA DEFESA




A saída do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, foi a segunda a ser anunciada no dia. Em sua carta de demissão, Azevedo disse que sai com o sentimento de "missão cumprida" e citou as Forças Armadas como uma "instituição de estado".

O general Walter Braga Netto, que antes ocupava a Casa Civil, deixa o cargo palaciano para assumir a pasta.

A troca na Defesa abre caminho para uma mudança no comando do Exército, onde o general Edson Pujol vinha exercitando um perfil discreto, mantendo a tropa longe da política - postura chancelada por Azevedo. Por enquanto, a expectativa é que os comandantes da Marinha, Ilques Barbosa, e da Aeronáutica, Antonio Carlos Moretti Bermudez, permaneçam nos cargos.
 

ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO




A demissão de José Levi, advogado-geral da União, também foi noticiada pelo SBT News antes que o governo confirmasse toda a dança das cadeiras na Esplanada dos Ministérios. Levi sai com uma relação estremecida com o presidente Jair Bolsonaro depois de recusar-se a assinar uma ação do governo federal contra medidas de isolamento social impostas em estados.

Levi será substituído por André Mendonça, que atualmente ocupa o ministro da Justiça.

Mendonça era o AGU no início da gestão Bolsonaro. Saiu em 29 de abril de 2020 para substituir Sergio Moro, que deixara o governo acusando interferência indevida do presidente na Polícia Federal. A expectativa é que seu comando da pasta seja mais alinhado ao governo.
 

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA




O ministro André Mendonça deixa o Ministério da Justiça depois de 11 meses de gestão. Sucessor de Sergio Moro, Mendonça chegou a discutir com o ex-juiz pelo Twitter, comparando as duas gestões.

No lugar de Mendonça entra o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e delegado da PF Anderson Torres, que chegou a ser cogitado para a função em outros momentos e tem proximidade com Bolsonaro.

Mendonça ainda é um nome cogitado para assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal quando o ministro Marco Aurélio Mello se aposentar. A indicação tem o apoio de líderes evangélicos, como Silas Malafaia.
 

SECRETARIA DE GOVERNO




O cargo palaciano da Secretaria de Governo será "desmilitarizado": sai o general Luiz Eduardo Ramos, que assumirá a Casa Civil, e entra a deputada Flávia Arruda (PL-DF).

A nomeação de Flávia tem o aval do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) - que conseguiu emplacar a indicação dias depois de indicar um "sinal amarelo" para o governo. A deputada será a responsável pela articulação política com o Planalto. A sua presença no governo indica que o Planalto vem cedendo espaço para as siglas do centrão.
 

CASA CIVIL




O general Luiz Eduardo Ramos, de saída da Secretaria de Governo, assume a cadeira deixada pelo também general Walter Braga Netto na Casa Civil. Braga Netto segue para o Ministério da Defesa.

Amigo pessoal de Bolsonaro, Ramos segue ocupando uma cadeira no Palácio do Planalto.
 
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