Governo
Saúde: pesquisadores convidados não tinham poder de decisão sobre plano de vacinação
A pasta enviou o documento ao Supremo Tribunal Federal no sábado. Especialistas reclamam que foram citados sem aprovarem conteúdo final
Lis Cappi
• Atualizado em
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O Ministério da Saúde afirmou neste domingo (13.dez) que os pesquisadores citados no Plano Nacional de Imunização foram "convidados" pela pasta e não têm poder de decisão sobre o conteúdo do documento, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) no sábado (12 dez). Trinta e um pesquisadores reclamam que não tiveram acesso à versão final do relatório e questionam o motivo de terem sido citados como referência na proposta.
Em nota, a pasta informou que os profissionais mencionados no ofício são representantes convidados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), da Comunidade Científica e de instituições públicas e privadas, que participaram de debates para opinar sobre a formação do Plano de Imunização contra a Covid-19.
O Ministério da Saúde também declarou que o plano foi formalizado pelo Programa Nacional de Imunizações, que tem credibilidade e ações reconhecidas internacionalmente, e que o conteúdo apresentado "é o mais eficaz e pertinente no atual momento de combate à Covid-19 no Brasil". Os pesquisadores citados apontam grupos que deveriam ser prioritários e ficaram de fora, assim como vacinas que se mostram seguras e não estão no documento.
A epidemiologista Ethel Maciel afirmou, no Twitter, que "o governo enviou um plano, no qual constam nossos nomes [dos pesquisadores] e nós não vimos o documento". Ela também disse que essa ação não é comum no meio científico.
Trinta e um pesquisadores citados assinaram juntos uma carta com a mesma reclamação de uso dos nomes sem a consulta prévia. Eles declaram que o documento causou "surpresa e estranheza".
Os profissionais também afirmaram não concordar com partes do plano, como o fato do documento não citar todas as vacinas disponíveis que se mostram seguras e eficazes. Além da exclusão de alguns grupos que os especialistas consideram prioritários, como indígenas, quilombolas, populações ribeirinhas, privados de liberdade e pessoas com deficiência. Eles ainda citam a necessidade de inclusão dos trabalhadores essenciais.
Confira aqui a íntegra da carta.
Em nota, a pasta informou que os profissionais mencionados no ofício são representantes convidados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), da Comunidade Científica e de instituições públicas e privadas, que participaram de debates para opinar sobre a formação do Plano de Imunização contra a Covid-19.
O Ministério da Saúde também declarou que o plano foi formalizado pelo Programa Nacional de Imunizações, que tem credibilidade e ações reconhecidas internacionalmente, e que o conteúdo apresentado "é o mais eficaz e pertinente no atual momento de combate à Covid-19 no Brasil". Os pesquisadores citados apontam grupos que deveriam ser prioritários e ficaram de fora, assim como vacinas que se mostram seguras e não estão no documento.
Plano de Imunização e cientistas
A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou no sábado (12 dez) ao Supremo o Plano Nacional de Imunização. Após a divulgação do conteúdo, parte dos pesquisadores consultados pelo governo para a elaboração da proposta usaram as redes sociais para reclamar que não aprovaram a versão final do documento.A epidemiologista Ethel Maciel afirmou, no Twitter, que "o governo enviou um plano, no qual constam nossos nomes [dos pesquisadores] e nós não vimos o documento". Ela também disse que essa ação não é comum no meio científico.
Nós, pesquisadores que estamos assessorando o governo no Plano Nacional de Vacinação da Covid-19, acabamos de saber pela imprensa que o governo enviou um plano, no qual constam nossos nomes e nós não vimos o documento. Algo que nos meus 25 anos de pesquisadora nunca tinha vivido!
? Ethel Maciel, PhD (@EthelMaciel) December 12, 2020
Trinta e um pesquisadores citados assinaram juntos uma carta com a mesma reclamação de uso dos nomes sem a consulta prévia. Eles declaram que o documento causou "surpresa e estranheza".
Os profissionais também afirmaram não concordar com partes do plano, como o fato do documento não citar todas as vacinas disponíveis que se mostram seguras e eficazes. Além da exclusão de alguns grupos que os especialistas consideram prioritários, como indígenas, quilombolas, populações ribeirinhas, privados de liberdade e pessoas com deficiência. Eles ainda citam a necessidade de inclusão dos trabalhadores essenciais.
Confira aqui a íntegra da carta.
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