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Tabata Amaral deve ter segurança e transporte como principais bandeiras da campanha em 2024

Pré-candidata do PSB à prefeitura de São Paulo concedeu entrevista ao SBT News

Tabata Amaral deve ter segurança e transporte como principais bandeiras da campanha em 2024
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Melhoria da segurança pública, aprimoramento do transporte público e garantia de educação de qualidade às crianças deverão ser algumas das principais bandeiras da campanha da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) à prefeitura de São Paulo em 2024. Em entrevista ao SBT News, a parlamentar apoiada pelo vice-presidente e ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB) na corrida ao Edifício Matarazzo detalhou os principais problemas que identifica na cidade, como pretende contribuir para resolvê-los e como vem atuando para crescer nas pesquisas de intenção de voto.

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"O primeiro ponto é segurança. Eu sofri uma tentativa de assalto recentemente, mas não é por conta disso e vem muito antes dessa preocupação. A gente bateu recorde de estupro em São Paulo recentemente. Isso é um absurdo. A gente vem batendo recordes de roubo, as pessoas não estão seguras. E não se sentem seguras. No ponto de ônibus, dentro do ônibus, voltando dos seus trabalhos", disse Tabata.

"E aí a primeira coisa que eu vou fazer é largar essa [ideia] que outras pessoas vêm dizendo de 'ah, a questão da segurança não é minha responsabilidade'. A gente vai, sim, respeitar as atribuições do Governo Federal e do governo estadual, mas não se esconder atrás disso".

Pesquisa estimulada realizada pelo Instituto Paraná de 6 a 9 de dezembro e divulgada no último dia 13 mostra Tabata em terceiro lugar, com 8,9% das intenções, atrás do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que aparece com 25,4%, e do deputado federal Guilherme Boulos (Psol), que lidera com 31,1%. Na cola de Tabata, aparece o deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (PL-SP), que tem 8,3%. O grupo dos que pretendem votar em branco, nulo ou não escolher nenhum dos nomes apontados representam 12%. O Instituto fez entrevistas pessoais com 1.046 eleitores de São Paulo. A pesquisa tem um grau de confiança de 95%. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para mais ou menos.

Questionada se o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à pré-candidatura de Boulos e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Ricardo Salles ou eventualmente a Nunes a preocupam, Tabata disse acreditar que quem deveria estar preocupado é o atual prefeito, "que não sabe se quer o apoio do Bolsonaro ou não e que fica escondendo isso".

"Do nosso lado, eu tenho muito orgulho do time do PSB. Tenho muito orgulho de contar com o apoio do vice-presidente [Geraldo] Alckmin, com o apoio do nosso presidente [Carlos] Siqueira, com o apoio do ministro Márcio França, com apoio agora do Datena".

O apresentador José Luiz Datena se filiou ao Partido Socialista Brasileiro na última terça-feira (19.dez). A cerimônia foi realizada na sede nacional da sigla, em Brasília. Na ocasião, ele exaltou a democracia, criticou o extremismo e foi apontado, em discursos de diferentes correligionários, entre eles o líder do partido no Senado, Jorge Kajuru (PSB-GO), como o pré-candidato a vice-prefeito de São Paulo na chapa encabeçada por Tabata. Entretanto, não houve uma confirmação oficial da composição no evento.

Na entrevista, Tabata ressaltou que Datena "tem história, tem tamanho, tem representatividade" e, querendo, vai contribuir muito para o seu projeto, como vice ou em qualquer outra posição. "Então, só não digo que é [pré-candidato a vice], porque é uma decisão do ano que vem, é uma conversa que depende sobretudo da decisão dele, mas se essa continuar sendo a vontade dele, faz muito sentido para o projeto que a gente está construindo".

Em sua pré-campanha, Tabata vem visitando diferentes locais da cidade, fazendo encontros com lideranças, futuros candidatos a vereadores, ouvindo a população, e participando reuniões com especialistas e de debates temáticos.

Confira a entrevista na íntegra:

A filiação do apresentador José Luiz Datena ao PSB significa que ele está como pré-candidato a vice na chapa da senhora ou ainda será negociado isso? É mais um desejo no momento? Como está essa questão?

A conversa de chapa, de vice, coligação, pela legislação, fica para o ano que vem. Mas o que eu posso dizer é que o Datena tem história, tem tamanho, tem representatividade e, querendo, vai contribuir muito para o nosso projeto, seja nessa posição ou em qualquer outra. Então, só não digo que é, porque é uma decisão do ano que vem, é uma conversa que depende sobretudo da decisão dele, mas se essa continuar sendo a vontade dele, faz muito sentido para o projeto que a gente está construindo.

Como vem sendo a pré-campanha da senhora até o momento? A senhora tem visitado locais em São Paulo ou vem se focando mais nas redes sociais por enquanto?

Quem faz a campanha das redes sociais é a nossa equipe, que fica o dia todo conversando com as pessoas, as redes sociais nos ajudam a chegar em muita gente, mas eu mesmo estou é na rua, o dia todo. Então, rodando os quatro cantos da cidade, fazendo encontros com lideranças, futuros candidatos a vereadores, ouvindo a população, reuniões com especialistas, debates temáticos. Eu estava brincando que se você pegar as últimas semanas, não tinha uma noite livre. Nem de domingo, nem de sábado. E isso é ótimo. Porque a cidade é gigante, a gente tem que mesmo está na rua ouvindo as pessoas, e eu acredito que juntar a rede social com o cara a cara, com a experiência das pessoas, é uma forma muito efetiva da gente se conectar e da gente ouvir o que está acontecendo.

E quais são os próximos passos? Pretende continuar passando por vários locais da cidade, se apresentando para a população?

Se apresentar eu acho que é a palavra certa. Eu tenho convicção, e as pesquisas mostram isso, que pelo menos metade da nossa população não está contente com a polarização que está sendo imposta. As pessoas não querem simplesmente repetir as últimas eleições, elas querem saber o que cada candidato, o que cada projeto, vai apresentar no ano que vem na pauta de segurança pública, na pauta de transporte, na pauta de educação. Então, o que cabe a nós do PSB é apresentar o nosso projeto, é apresentar nossas visões, com uma certeza de que fugir dessa polarização e falar do problema, falar da solução, é o caminho que a maioria da população vai optar. Então, por isso que é tão importante essas conversas. Tanto para que a gente possa de fato apresentar as melhores soluções, as melhores ideias, o melhor time, e a gente vai fazer isso, mas também para que a gente possa apresentar o que é o PSB na cidade de São Paulo para nossa população.

O apoio do presidente Lula à pré-candidatura do Guilherme Boulos, e o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Ricardo Salles ou eventualmente ao Ricardo Nunes preocupa a senhora? Como a senhora vê essa questão de apoio?

Quem eu acho que deveria estar preocupado é o prefeito, que não sabe se quer o apoio do Bolsonaro ou não e que fica escondendo isso. Do nosso lado, eu tenho muito orgulho do time do PSB. Tenho muito orgulho de contar com o apoio do vice-presidente [Geraldo] Alckmin, com o apoio do nosso presidente [Carlos] Siqueira, com o apoio do ministro Márcio França, com apoio agora do Datena. Então, a gente tem um time bom, e o PSB tem um histórico que a gente brinca de ser um partido fazedor. Que quando está na gestão, faz bem feito, cuida dos problemas, cuida das pessoas, apresenta soluções. Então, eu tenho bastante orgulho do time que está construindo isso com a gente, e aí cada um que responda pelos seus.

A senhora vem conversando com outros partidos em busca de apoio? Como tem sido isso? Tem tido dificuldade nesse sentido?

Eu venho conversando com praticamente todos os partidos, conversando com diferentes lideranças inclusive, para além de lideranças partidárias. Mas com muita tranquilidade, ciente que essa é uma decisão do ano que vem. Tanto porque a janela partidária só acontece em abril do ano que vem, quando a gente fala de vereadores em mandato, por exemplo, mas também porque esse é um momento de apresentação. De eu me apresentar para as pessoas, de a gente apresentar o projeto do PSB. Então eu venho conversando com todo mundo, mas com muita tranquilidade. A gente brinca que as decisões serão tomadas entre o Carnaval e a festa junina. Até lá a gente tem chão.

Quais são as principais dificuldades de São Paulo que a senhora identifica e como poderia contribuir para solucionar esses problemas?

O primeiro ponto é segurança. Eu sofri uma tentativa de assalto recentemente, mas não é por conta disso e vem muito antes dessa preocupação. A gente bateu recorde de estupro em São Paulo recentemente. Isso é um absurdo. A gente vem batendo recordes de roubo, as pessoas não estão seguras. E não se sentem seguras. No ponto de ônibus, dentro do ônibus, voltando dos seus trabalhos. E aí a primeira coisa que eu vou fazer é largar essa [ideia] que outras pessoas vêm dizendo de 'ah, a questão da segurança não é minha responsabilidade'. A gente vai, sim, respeitar as atribuições do Governo Federal e do governo estadual, mas não se esconder atrás disso.

E o que a prefeitura pode fazer nesse sentido?

Tem muita coisa que a prefeitura pode fazer de iluminação, a escola em tempo integral, a você cuidar do espaço. Eu falava hoje da teoria da janela quebrada. Desde você entender que quando você imagina ela quebrada, quando um lugar está sujo, abandonado, escuro, a gente não faz a manutenção, isso atrai a criminalidade. Então tem um conjunto de coisas a serem feitas que a gente sabe que impacta no médio, longo prazo. No curto prazo, a gente não tem uma coordenação da prefeitura nessa temática. E aí vamos olhar para Nova York, que todo mundo cita muito. Qual deveria ser o papel do prefeito? Colocar a pauta de segurança na agenda e toda semana sentar com subprefeito, com os comandantes das polícias, com a Guarda Municipal. Se a gente sabe que os crimes acontecem sempre no mesmo local, é a ciência que diz isso, por que que a gente não está usando as câmeras publicas e privadas para identificar esses locais, atuar em conjunto com as polícias e chegar antes do crime acontecer? Porque que a gente só chega depois? Então de você olhar de novo para a iluminação, para investimento em esporte, educação, até no curtíssimo prazo, para ontem, você coordenar o esforço de combate à criminalidade. Você se responsabilizar pelo que acontece no seu território, que é a nossa cidade de São Paulo, tudo isso são coisas que a prefeitura deveria estar fazendo e não faz. Então, nesse sentido, é, sim, responsável pela pauta de segurança pública. Essa é a nossa prioridade, porque essa é a prioridade da população.

E em outras áreas?

E aí, dentre outras áreas, a gente acha que a pauta do transporte público é uma que está pegando muito para as pessoas. E isso eu não aprendi no livro, eu aprendi ouvindo a minha comunidade, ouvindo os relatos de amiga, da minha mãe, de quem usa o transporte público, de uma coisa que a gente tem desde a pandemia: reduziram a frota, a qualidade caiu, o ônibus não está mais confiável. Quanta gente não está indo à pé na Santo Amaro porque é mais rápido ir à pé do que de ônibus, e ninguém está fazendo um debate da qualidade!? De retomar a frota, de priorizar corredor de ônibus, faixa exclusiva, de você de fato ter um comprometimento com a população de que aquele ônibus vai ser confiável. E aí, para não me alongar muito na pauta de educação, não me entra na cabeça que a cidade mais rica do país, que é São Paulo, não consiga alfabetizar a metade dos seus estudantes. A gente não sabe alfabetizar. A gente não tem um programa robusto voltado para a primeira infância. A gente não cuida da gestante, a gente não cuida da mãe, a gente não alfabetiza criança, e a gente se pergunta depois porque é que essa cidade está tão desigual. Então esse é o compromisso: com a primeira infância, com alfabetizar cada criança da cidade, em ter um programa robusto de esporte, reabrir as escolas no final de semana, porque, senão for por meio da educação, a gente está só perdendo a guerra no longo prazo.

Nesses encontros que a senhora tem feito, essas visitas a diferentes locais da cidade, já vem percebendo uma adesão maior das pessoas a conhecerem o seu projeto, a quererem apoiar de fato?

Isso a gente vê em pesquisa e vê na realidade. Muitas pessoas acham que não tem alternativa. E quando a gente vira para elas e diz 'olha, tem uma alternativa a essa polarização. A gente está aqui para enfrentar os problemas e para encontrar soluções, sejam elas de esquerda ou de direita. O nosso foco não é a briga, o nosso foco é resolver as coisas'. Você vê que tem uma conexão e que faz muito sentido para as pessoas. Isso a pesquisa mostra, que onde as pessoas conhecem o projeto, tem uma adesão muito muito grande desse projeto. Porque município é isso, município é gestão. Município não é debate ideológico do Twitter, não é debate ideológico aqui do Congresso Nacional. E o que a gente quer é oportunidade de apresentar esse projeto, de apresentar esse caminho para as pessoas, e de um projeto que pode ser ponte entre a periferia e o centro. A gente fala muito do debate ideológico, da polarização, mas a maior polarização da cidade é entre uma uma região que é de elite, que tem acesso a shows, universidades, as oportunidades do mundo todo, e outra que está passando fome, está sem casa, está desempregada, não está conseguindo manter seus filhos na escola. É essa ponte que a gente quer criar. E se você não conhece muito bem esses dois extremos como eu conheço, você não consegue conversar com os dois, você não consegue conectar esses dois. Então, está sendo muito boa a recepção.

Para os próximos dias a senhora já tem mais encontros para participar?

Trabalho. Eu vou direto e reto até o dia 30, retomo em janeiro. Porque São Paulo é muito grande, e as pessoas estão com muita ânsia de ter esperança, de ver um projeto que resolveu esses problemas. Então, debate com especialista, reuniões com pré-candidatos a vereadores. A gente já formou uma turma de mais de 80 pré-candidatos. Pessoas com causas, sérias, que vão enfrentar a compra de votos ano que vem e a gente sabe que o trabalho tem que começar antes. Então, agenda cheia.

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