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Eleições

Bolsonaro: Forças Armadas não podem dar 'selo de credibilidade' às urnas

Às vésperas do 2º turno, presidente volta a colocar dúvida sob o sistema eleitoral brasileiro

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Bolsonaro: Forças Armadas não podem dar 'selo de credibilidade' às urnas
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Às vésperas do segundo das eleições, marcado para o próximo domingo (30.out), o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a colocar dúvidas sob o sistema eleitoral brasileiro e afirmou que é "impossível" as Forças Armadas darem "um selo de credibilidade" às urnas eletrônicas. 

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Em entrevista a um podcast conservador dos Estados Unidos, no último dia 20 de outubro, Bolsonaro também afirmou que ter o Exército integrando a comissão de transparência eleitoral traz "uma certa confiança" ao processo, mas reiterou que os dispositivos de votação têm "muitas vulnerabilidades".

"Lutamos há muito tempo por um modelo transparente eleitoral", disse o chefe do Executivo. "Temos eleições pela frente e o que eu nos traz uma certa confiança é que as Forças Armadas foram convidadas a integrar uma comissão de transparência eleitoral. E elas têm feito papel atuante e muito bom nesse sentido. Contudo, eles me dizem que é impossível dar um selo de credibilidade ainda, tendo em vista as muitas vulnerabilidades que o sistema apresenta", declarou Bolsonaro ao jornalista norte-americano Ben Shapiro. 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a participação das Forças Armadas como uma das entidades fiscalizadoras do processo eleitoral de 2022. O presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, determinou que o Ministério da Defesa apresentasse o relatório de eventual auditoria das urnas eletrônicas feito pelo Exército. Em resposta, os militares afirmaram que entregarão o documento somente após o 2º turno. 

"Eu questiono as eleições há muito tempo. Nosso sistema eleitoral não é o mesmo em nenhum país do mundo que tenha uma economia razoável [?] Esse questionamento vem num crescente com mais gente também duvidando", declarou Bolsonaro.

O presidente brasileiro já colocou as urnas eletrônicas em cheque por diversas vezes desde as últimas eleições, em 2018. Em um encontro com embaixadores estrangeiros realizado em julho deste ano, no Palácio do Planalto, Bolsonaro voltou a usar informações já desmentidas para lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral do Brasil. 

Na ocasião, o mandatário iniciou a apresentação mostrando um inquérito da Polícia Federal sobre um ataque hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2018. Segundo o presidente, o hacker teria ficado "oito meses dentro do sistema do TSE". O documento é o mesmo apresentado pelo chefe do Executivo em live feita em julho do ano passado e as informações já foram desmentidas pela Justiça Eleitoral. 

Também no encontro, Bolsonaro repetiu que existem vídeos que mostram eleitores em 2018 tentando digitar 17 nas urnas mas o equipamento autocompletando para 13 -- número do então candidato Fernando Haddad (PT). Logo após as eleições -- quatro anos atrás -- o TSE desmentiu os vídeos e ressaltou "que não existe a possibilidade de a urna autocompletar o voto do eleitor, e isso pode ser comprovado pela auditoria de votação paralela". A Corte condenou Bolsonaro a pagar multa de R$ 20 mil pelas declarações feitas na reunião. 

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