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Eleições

Disputa pelo governo da Bahia tem segundo turno indefinido

Jerônimo Rodrigues (PT) tem 54% dos votos válidos em pesquisa Atlas; ACM Neto (União Brasil ) aparece com 45%

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Candidatos na Bahia
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A disputa pelo governo da Bahia entra na reta de chegada do segundo turno em aberto: a pesquisa Ipec mais recente, divulgada no sábado (29.out), apontou empate técnico entre Jerônimo Rodrigues (PT), com 48% das intenções de votos, numericamente à frente de ACM Neto (União Brasil) com 47%. Entre os votos válidos, Jerônimo tem 51% e Neto 49%. 

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Na chegada para a definição eleitoral, a disputa baiana segue o curso apontado no encerramento do primeiro turno no estado. Apesar de ter dado a largada na frente, ACM Neto viu o adversário avançar, virar e abrir vantagem. O primeiro turno terminou com o petista alcançando 49,45% dos votos, e Neto obtendo 40,80%. 

Aos costumes 

A disputa na Bahia seguiu à risca o que se tornou habitual nas corridas ao Palácio de Ondina nos últimos pleitos. Marcada por acirrada disputa, mais do que entre candidatos ou chapas e sim, principalmente, entre correntes ideológicas e de pensamento, a eleição ao governo repete a história recente. Opõe os partidários do Carlismo, período da política baiana marcado por predomínio absoluto dos correligionários de Antonio Carlos Magalhães, avô do ACM Neto de agora. Do lado oposto, o avanço que tem se repetido pelo viés do petismo: Jerônimo Rodrigues é o candidato escolhido pelo atual governador, Rui Costa, ele próprio herdeiro das gestões de Jaques Wagner no governo do estado.  

O time da virada

O primeiro turno da eleição baiana em 2022 só fez confirmar, como de outras disputas recentes, o caráter de viradas espetaculares na corrida local. Desta vez, ACM Neto largou na frente, com chances efetivas de vitória na primeira rodada de votações. Mas foi Jerônimo quem apareceu na frente na contabilização efetiva dos votos, levando a busca pelo governo para uma definição em segundo turno. Mas não faturou o cargo em primeira votação por menos de 1% dos votos. 

Trajetória

Na Bahia como em outros estados, a eleição nacional para a presidência da República acabou por contaminar a disputa. Temas tratados pelos dois postulantes ao Planalto, Jair Bolsonaro (PL) e Luis Inácio Lula da Silva (PT), apareceram nos registros e programas das campanhas. A fome, o produtor rural, desmatamento, agronegócio, inflação, desemprego e até a preservação da democracia, entre outros, foram tratados também pelos candidatos ao governo do estado. 

ACM Neto

Entre as oportunidades para apresentar e debater ideias, os candidatos se revezaram entre presenças e ausências. ACM Neto, por exemplo, que no primeiro turno tinha evitado boa parte dos debates e sabatinas --- notadamente enquanto liderou as pesquisas de intenção de votos ---, repetiu a estratégia também na segunda etapa da eleição. Mas esteve presente no que seria o último debate, promovido pela TVBahia --- de propriedade da família dele --- na noite da quinta-feira (27.out).

Com a ausência do candidato do PT [leia abaixo], Neto teve 30 minutos para discorrer sobre os principais temas do estado. Entre críticas ao adversário, apontou propostas no sentido de zerar o Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA) para motoristas de aplicativos, motos e taxis, entre outras categorias. Para educação, apontou como objetivo o ensino que leve em conta empregabilidade e empreendedorismo. Destacou ainda a questão da segurança pública, ao sugerir investimentos em concursos e tecnologia para valorizar o policial.

Jerônimo Rodrigues 

O candidato do PT priorizou agenda de campanha para não comparecer ao debate promovido pela afiliada da TV Globo na Bahia, na quinta-feira passada. Em vantagem nas pesquisas eleitorais mais recentes, Jerônimo Rodrigues agiu taticamente para não estar presente ao enfrentamento. Em contrapartida, participou da sabatina Uol na terça-feira (25.out) por cerca de uma hora. Disse estar preparado para dialogar com quem quer que seja eleito presidente, mas declarou que " a Bahia tem lado", ao se referir ao trabalho pela eleição de Lula. A tomada de partido contrasta com a neutralidade de ACM Neto (leia abaixo). 

Entre os assuntos de maior interesse local, disse que o governo estadual "divide responsabilidade" sobre o aumento de homicídios, nos últimos anos,que atribuiu à migração do crime organizado do sul do país para o nordeste. Falou em investir em concursos e parcerias entre a PM e as guardas municipais. E valorização da categoria. 

Independência x apoio 

Os temas que resvalam na política nacional, em parte trabalhados pelo candidato do PT, expõem também a opção pela candidatura em flagrantemente mostrar-se vinculada ao candidato Lula. A evolução da chapa Lula /Alckmin no cenário nacional beneficia Jerônimo, apoiador e entusiasta do Lula que não deixou de sair às ruas na campanha do ex-presidente. É um contraste significativo com a posição adotada por ACM NETO. Em que pesem as manifestações espontâneas de Bolsonaro, em viagens à Bahia inclusive, pedindo votos para Neto, o candidato do União Brasil jamais declarou-se apoiador de Bolsonoaro. Muito ao contrário. Manteve-se em assumida postura "neutra", na definição dele próprio, durante todo o período da eleição. Não enxergou num associação ao atual presidente nenhum acréscimo positivo à sua candidatura. Pra dizer o mínimo.   

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