PSDB de São Paulo decide até próxima semana o posicionamento no 2º turno
Diretório vem conversando com o Partido dos Trabalhadores por apoio a Fernando Haddad
O diretório paulistano do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) decidirá até o início da próxima semana qual posicionamento terá no segundo turno da eleição estadual neste ano. A informação foi confirmada ao SBT News pelo presidente municipal do partido, Fernando Alfredo. Ainda de acordo com ele, provavelmente a decisão será tomada na próxima 2ª feira (10.out).
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Os 71 integrantes do diretório, os 58 presidentes zonais do PSDB em São Paulo e representantes dos segmentos da sigla na capital paulista se reunirão para deliberar se apoiarão o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicados), o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) ou se manterão a neutralidade na corrida ao Palácio dos Bandeirantes. O diretório vem conversando com o Partido dos Trabalhadores sobre a possibilidade de se juntar a Haddad, mas o apoio depende de o petista se comprometer com pontos considerados importantes pelos tucanos, como a responsabilidade fiscal e a austeridade na gestão.
Na última 3ª feira (4.out), o governador paulista, Rodrigo Garcia (PSDB), que concorreu à reeleição no primeiro turno, anunciou apoio à candidatura de Tarcísio de Freitas. De acordo com Fernando Alfredo, entretanto, o bolsonarista não quer o PSDB no palanque.
Apoio a Bolsonaro
Também no dia 4, Rodrigo Garcia anunciou apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição presidencial. Ao SBT News, Fernando Alfredo disse que a decisão não foi discutida previamente com o diretório municipal de São Paulo, e o presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, foi comunicado por Garcia quando este já estava a caminho do encontro com Bolsonaro.
Fernando Alfredo reforça que foi um apoio pessoal de Garcia, e não institucional do PSDB. O diretório paulistano, acrescentou, respeita o posicionamento, mas o recebeu "com muita mágoa", por causa do comportamento do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia de covid-19 e do comentário que fez sobre o ex-prefeito paulistano Bruno Covas em agosto do ano passado; falando a apoiadores, Bolsonaro se referiu a Covas como "o outro que morreu" e disse que ele fechou São Paulo e foi ver um jogo entre Palmeiras e Santos no Maracanã. Bolsonaro se referia a um episódio no final da Copa Conmebol Libertadores, em janeiro de 2021. Naquele mês, Covas rebateu as críticas que recebeu por ter ido no jogo na pandemia, dizendo se tratarem de "lacração de internet" e "hipocrisia generalizada". O tucano faleceu vítima de um câncer, aos 41 anos, em 16 de maio do ano passado.
Apesar das divergências em relação ao apoio a Bolsonaro, conforme Fernando Alfredo, não há qualquer movimento no PSDB para expulsar Rodrigo Garcia, a quem o presidente do diretório paulistano se referiu como "filiado leal". Na última 3ª feira, Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania, partido com o qual o PSDB forma federação, disse que os tucanos social-democratas deveriam convidar Garcia "a sair do PSDB em respeito a sua própria história", por causa do apoio do político à reeleição do chefe do Executivo federal.