Lula diz que, se eleito, precisará de "metade de deputados bons"
Ex-presidente classificou o atual Congresso como "talvez o pior" da história
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse neste sábado (19.mar) que o atual Congresso é "talvez o pior" da história e que, caso seja eleito, precisa "de pelo menos uma metade de deputados bons". As declarações foram dadas em discurso no assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Londrina, no Paraná.
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"Não basta apenas eleger o Lula presidente da República se a gente não mudar a qualidade dos deputados que estão eleitos e se a gente não mudar a qualidade dos senadores. Eu posso dizer para vocês uma coisa com a minha experiência de 50 anos de vida política: o Congresso Nacional brasileiro nunca esteve tão deformado como ele está agora. Ele nunca esteve tão antipovo como ele está agora. Ele nunca esteve tão submisso aos interesses antinacionais como ele está agora. Esse Congresso é um Congresso talvez o pior Congresso que nós já tivemos na história do Brasil", afirmou. "Vocês tratem de lançar candidatos a deputado, porque nós precisamos de pelo menos uma metade de deputados bons, senão a gente não consegue aprovar. A gente não consegue fazer as coisas", acrescentou em outro momento.
Apesar de não ter sido lançado oficialmente como pré-candidato do PT à Presidência, Lula disse que "precisa ser candidato" e que "nunca este país precisou de um partido como o Partido dos Trabalhadores para governar como agora". Líder das pesquisas de intenção de voto, o petista criticou os possíveis oponentes, dizendo que "não tem nenhum que entenda 10% da alma do povo brasileiro" como ele.
Nominalmente, ele mencionou o pré-candidato do Podemos, Sergio Moro, responsável pelas condenações que acabaram o levando à cadeia por quase dois anos e acabaram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou o ex-juiz parcial nas decisões. "Eu não sei como uma figura grotesca, uma figura como o Moro se mete a ser candidato a presidente da República. O que ele entende de povo? O que ele entende de pobreza? O que ele entende do mundo do trabalho? O que ele entende da exploração do povo? Nada. Ele mal e porcamente aprendeu a ler e decorar o Código Penal. Mesmo nos meus processos ele mentiu. Porque ele não teve como me condenar", declarou Lula.
Outro citado nominalmente foi o presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem o o petista acusou de mentir: "Temos uma fábrica de mentira nesse país, contando mentira todo dia, 24 horas por dia. O Bolsonaro conta sete mentiras todo santo dia. Ele levanta para contar mentira. E quando não tá contando mentira ele tá fazendo desgraça, vendendo o país, quebrando o país. Esse cara não visitou uma família que morreu de covid. Esse cara não teve uma palavra de afeto para ninguém que morreu. Esse cara desrespeitou a ciência. Esse cara montou uma verdadeira quadrilha no Ministério da Saúde com o Pazuello para comprar vacina, mesmo negando a vacina".
Ainda em menção a Bolsonaro, o ex-presidente disse que a eleição se outubro será uma "luta difícil". "Não será uma luta fácil. Nós estamos lutando contra o que tem de pior na política brasileira. Estamos brigando contra pessoas com pensamentos fascistas", afirmou. Por fim, Lula disse que seu eventual programa de governo será "construído pela sociedade brasileira para atender as necessidades da sociedade brasileira". "A gente vai fazer distribuição de livros e vamos acabar com essa venda de armas que só interessa a fascista nesse país. As crianças não precisam aprender a atirar, precisam aprender a estudar."
