Eleições
Eduardo Paes promete governo antirracista
Candidato à Prefeitura do Rio reafirmou compromisso com população negra carioca
Bárbara Schneider
• Atualizado em
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Eduardo Paes (DEM) participou nesta terça-feira (24.nov) da nova série de sabatinas do SBT com os postulantes à Prefeitura do Rio. Na entrevista, o ex-prefeito foi questionado sobre sua posição acerca da onda de protestos contra o racismo no país, após a morte do soldador João Alberto no supermercado Carrefour, em Porto Alegre, no dia 19 de novembro.
Paes vai na contramão do que o presidente da República Jair Bolsonaro e seu vice Hamilton Mourão afirmaram à imprensa nos últimos dias, de que não existe racismo no Brasil. "É óbvio que o racismo é algo estrutural na sociedade brasileira, num país que foi o último a abolir a escravidão. A gente vê o racismo no Brasil todo dia, a toda hora, a todo momento. Eu acho que nós temos que ter como marca um governo antirracista. Não basta não ser racistas, mas tem que ser um governo anti-racista", alegou o candidato, que também disse que irá continuar com políticas afirmativas para pretos e índios, inclusive em concursos públicos.
Sobre enfrentar uma possível segunda onda de casos e óbitos por conta da pandemia de Covid-19, o ex-prefeito nega pensar em lockdown. Para ele, o fechamento total é uma medida muito radical e que só será implementada em "necessidade extrema". Para ele, o importante é reativar leitos para atendimento exclusivo de pacientes infectados pelo coronavírus.
"O uso da máscara, distanciamento social, quero dizer, têm medidas que podem ser implementadas antes de uma tão radical como o lockdown. Isso [lockdown] não é uma coisa que esteja hoje nos meus planos, até porque não adianta as autoridades quererem fazer com que as pessoas cumpram com medidas que não vão cumprir. Então, acho que é muito importante que esse debate se dê de uma maneira muito franca e as restrições que possam impedir que o vírus se propague de maneira tão intensa ?", argumentou.
Paes também criticou seu oponente e atual prefeito Marcelo Crivella por estar, segundo ele, distribuindo panfletos com mentiras a seu respeito durante a campanha, principalmente ao que tange ao suposto apoio de partidos da esquerda, como o Psol, e à pedofilia nas escolas. Perguntado sobre o apoio recebido pelo PSD, um partido de centro-direita, na noite de ontem, Paes tergiversou:
"O Crivella é um prefeito tão ruim, mas tão ruim, que eu tenho tido apoio de partidos de esquerda e de direita. Aliás, não é nem apoio, é um veto à candidatura, ao voto do Crivella porque ele é o pior prefeito da história do Rio. Não há prefeito igual a ele. Acho que a população sabe que esse segundo turno é quando decidimos se queremos continuar com o Crivella mais quatro anos ou vamos mandá-lo pra casa?", concluiu o candidato.
Leia na íntegra a transcrição da sabatina com Eduardo Paes (DEM) a seguir:
Hoje a primeira pergunta é minha e em questão desaúde.Na primeira sabatina,a gente falou de propostas, de ser a favor ou não das Organizações Sociais. Agora, a minha pergunta é mais do dia a dia, do momento que estamos vivendo agora. Já nessa reta final, a gente está vendo, falamos hoje no SBT Rio e você também tem acompanhado, candidato, sobre o risco iminente de ter uma "segunda onda".No caso eleito,você já pega essa segunda onda com carro andando. Você já está se reunindo, fazendo esse comitê? Como seria o Eduardo Paes prefeito para gerenciar essa possível crise?
Isabele [Benito],é óbvio que eu tenho pessoas da área de saúde que me assessoram,trabalham comigo.Mas também,nós não temos acesso a todas as informações.O que nós sabemos é aquilo que a imprensa informa,até porque os números da prefeitura não são exatamente os mais transparentes nesse momento. Aliás, eu quero lembrar; o Rio teve o dobro do índice de letalidade de São Paulo. Lá tem quase o dobro da nossa população, e nós tivemos quase o mesmo número de mortes que São Paulo. Ou seja, a crise aqui foi mal gerida. Eu acho que o fundamental é trabalhar em parceria com os demais níveis de governo. A gente viu aqui, durante a crise do coronavírus, o prefeito e governador muito pouco entrosados É fundamental também que se reativem os leitos que estão desativados na cidade do Rio de Janeiro, sejam federais, estaduais ou municipais, para atendimento específico da COVID-19. Importante agora é ter leitos suficientes para? atender as pessoas que necessitem de interação quando contaminadas pelo vírus.
Já pegando a prefeitura em 1º de janeiro, conversando com especialistas, que dizem que se acontecer essa possível onda em dezembro e janeiro, a gente também tem aquela questão de você ficar entre economia, um lockdown e o distanciamento das pessoas. Qual seria o seu posicionamento, já que temos a curva ascendente, que preocupa, entre final dedezembro e janeiro ?
Eu acho que já passou essa fase de disputa entre economia e saúde. Eu acho que a gente tem que tomar as medidas que sejam possíveis para atender a população e que um lockdown é uma medida muito radical. Óbvio, se tiver uma necessidade extrema, sim. Mas eu acho que, com o aprendizado que já temos hoje do coronavírus, é fundamental a gente, claro, tratar pessoas mais velhas,as pessoas que têm algum grau de comorbidade sejam mais protegidas.O uso da máscara, distanciamento social, quer dizer, têm medidas que podem ser implementadas antes de uma tão radical como o lockdown.? Isso não é uma coisa que esteja hoje nos meus planos, até porque, repito, não adianta as autoridades quererem fazer com que as pessoas cumpram com medidas que não vão cumprir. Então, acho que é muito importante que esse debate se dê de uma maneira muito franca e as restrições que possam impedir que o vírus se propague de maneira tão intensa.
A gente tem visto nos últimos dias uma onda de protestos contra o racismo, por causa da morte do homem negro dentro do Carrefour.Tanto o presidente Bolsonaro, quanto o vice Mourão têm negado a existência do racismo no Brasil.Queria saber se o senhor concorda com essa visão negacionista e o que fazer no âmbito para ampliar os espaços dos negros dentro do governo e fora dele?
É óbvio que o racismo é algo estrutral na sociedade brasileira, num país que foi o último a abolir a escravidão. A gente vê o racismo no Brasil todo dia, toda hora, todo momento. Eu acho que nós temos que ter como marca um governo antirracista. Não basta não ser racistas, mas tem que ser um governo anti-racista. Trabalhar com política de cota, sim. Tem uma legislação que eu já fiz, na época em que fui prefeito, com cotas para negros, índios, enfim, inclusive no concurso público. Ter políticas públicas contra qualquer tipo de intolerância, principalmente o racismo. Ele está encarnado na sociedade brasileira. É um tema muito sério e muito grave que tem que ser enfrentado e tratado para que possamos, de uma vez por todas, interromper esse ciclo, que é um ciclo de preconceito na sociedade brasileira.
Candidato, eu vou falar de transporte agora. A gene teria pouco tempo para falar aqui, diante das dificuldades do transporte. Uma útima pesquisa com GPS da prefeitura, posso estar errada, mas o percentual, se eu não me enganho, principalmente em outubro na zona oeste, que sempre foi crítica a questão, 20% a menos de ônibus circulando. Eu mesma vi uma cena lamentável na semana passada. 10 horas da manhã na Avenida das Américas, um BRT andando com, não era a porta, era a parte traseira caindo aos pedaços. Não só o risco para quem tá dentro do ônibus mas eu fiquei chocada com o risco das pessoas que estavam na rua na própria plataforma. O BRT é o retrato do transporte do Rio de Janeiro, do transporte público. Não só largado, como trambém as pessoas sem perspectiva,desacreditadas. Como fazer para mudar isso em pouco tempo?
Primeira coisa é o seguinte, tem algumas coisas absurdas. Tem linhas de ônibus que literalmejte sumiram. Eu quero lembrar. Essas empresas, os consórcios, têm a obrigação de colocar essas linhas de ôninbus. Então, a prefeitura tem que punir, multar e se isso não for resolvido, tem que cassar a concessão desses consórcios. O BRT é a mesma coisa. É uma responsabilidade dos consórcios e da concessionária cuidar dos BRTs, ter os ônibus e as licitações em bom estado. Não é papela da prefeitura cuidar, nem muito menos reformar estações, sob pena de cassação da concessão. quer dizer, me causa estraneza esse abandono no transporte. Aliás, recentemente, o prefeito aumentou a idade média dos ônibus de nove para 13 anos, por isso que estamos vendo um monte de "lata velha" pela cidade, por isso que vemos o BRT nessas condições. Tem que exigir das concessionárias, sob pena de cassação da concessão. Nós vamos botar o BRT pra funcionar. Essas linhas de ônibus que sumiram, eu estou falando para a população de Sepetiba, Santa Cruz, de diversos bairros da Zona Norte, de ´pareas de Bangu, onde os ônibus sumiram por completo. Quem conhece essas áreas da {Avinida Cesário de ]Melo, entre Campo Grande e Santa Cruz, passando por diversos bairros da Zona Oeste, comunidades importantes como a [Favela do ] ROla, do Cesarão, Aço, Vila Carioca, são áreas que hoje não têm mais onibus. Dependem tão somente do STPL ( Serviço de TRansporte Público Local ) É fundamental que a prefeitura exerça o papel de órgão concedente, de poder concedente e exiham das concessionárias que isso comece a funcionar. Eu tenho dito isso a campanha inteira. Na minha época não era prefeito, mas o BRT funionaval. Nós implantamos um sistema moderno ue funcionava com qualidade. As linhas de ônibus estavam presentes. Tem área da cidade que não tem mais linha de ônibus. Não é negócio que caiu 20%, não. Caiu 100%. Isso é um verdadeiro absurdo e a prefeitura tem que cobrar das concessionárias.
Candidato,no debate da Band, o [Marcelo] Crivella (Republicanos) chamou o senhor de "madrinha da mentira" e disse que o senhor não gosta de mulher.Que tipo de mensagem o senhor acha que o Crivella tentou passar para o eleitor?Também queria saber se o senhor vê algum tipo de relação disso com a história do "kit gay", na Secretaria de Educação?
Ele está num desespero completo. Eu deixei ali uma mensagem bíblica de que ele é o pai da mentira.Ele é a pessoa, o tempo todo, que está distribuindo fake news, fazendo verdadeiros absurdos. A gente sabe que as políticas públicas implementadas; aliás, eu tenho orgulho de ter sido o prefeito que criou a primeira Secretaria Municipal das Mulheres de todas as capitais brasileiras, com políticas públicas efetivas, com a Casa da Mulher, uma série de ações importantes. Ele fica com essas mentiras. Agora está distribuindo panfletos com absurdos, botando uma suposta aliança minha com o PSOL, dizendo que vão nomear o secretário de Educação, vão fazer pedofilia nas escolas. Eu quero lembrar uma coisa aqui Humberto [Nascimento], o Crivella é um prefeito tão ruim, mas tão ruim, que eu tenho tido apoio de partidos de esquerda e de direita. Aliás, não é nem apoio, é um veto à candidatura, ao voto do Crivella porque ele é o sabe que esse segundo turno é quando decidimos se queremos continuar com o Crivella mais quatro anos ou vamos mandá-lo pra casa. A população sofre nas clínicas da família,nos BRTs que não funcionam, em todas as áreas. Então, você pode ter certeza que a gente vai trabalhar muito firme para ter políticas públicas de atenção às mulheres
O senhor falou também dessa questão do apoio político. Ontem, o senhor fechou apoio com o PSD, que é um partido de centro-direita, a linha auxiliar do governo Bolsonaro, inclusive. O senhor não teme perder eleitores de esquerda com essa identificação mais à direita?
É uma situação curiosa. Tem uma página no Facebook que é "Eu odeio Eduardo Paes" ou "Fora Eduardo Paes", não me lembro mais o nome, e até essa página declarou apoio a mim. De novo, o Crivella é um prefeito tão ruim que a declaração de voto contrário a ele, em muitos casos,como o PSOL - que já disse "nós não faremos parte de um eventual governo do Eduardo Paes" -, nem eles me pediram, nem eu ofereci serão oposição [ao Crivella]. Também não teve nenhum tipo de acordo com o PSD.? O que você tem são cariocas desesperados com o prefeito que só maltratou a cidade, mas que é incapaz de liderar, que mostra despreparo, que mente permanentemente, que foi omisso ao longo desses anos. Ele é fraco e incapaz de dar um norte para a prefeitura. Então, o que estamos vendo acontecer na cidade do Rio de Janeiro é o que faz com que diferentes correntes políticas e até gente queexplicitamente não gosta de mim, como essa página do Facebook, declarem voto a mim. Desde o início dessa campanha, eu serei o candidato do Rio. Desde o início, o Crivella é o candidato do [presidente Jair] Bolsonaro (Sem partido); a Benedita [da Silva] (PT) eracandidata do [ex-presidente] Lula; a Martha [Rocha] (PDT) era candidata do Ciro [Gomes] (PDT), e eu busquei o tempo todo tratar dos temas cidade. É disso que eu quero tratar. Os eleitores da esquerda, do centro e da direita são muito bem-vindos. O que nós estamos disputando aqui e agora é se nós vamos tirar da prefeitura o pior prefeito da história? do Rio ou não.? O voto do próximo domingo,eu diria que é uma votação histórica. Eu sei que esse voto não significa só "eu apoio o Eduardo Paes". Eu tive um grande apoio. Terminei o primeiro turno em primeiro lugar, mas sei que, nesse momento, represento um conjunto de pessoas da sociedade carioca, de forças políticas e sociais que não aguentam mais aincompetência do Crivella e que querem dar um "não" rotundo, contundente e um basta a esse Crivella.
Eduardo Paes, é a segunda vez que esta página "Fora Eduardo Paes" ou "Eu odeio Eduardo Paes" já te apoia. Amor e ódio ficam lado a lado. Agora a gente vai ver lá a página "Eu amo Eduardo Paes", e eu estou pensando em uma foto sua no samba do perfil da página. Agora vamos lá, vamos falar de outra coisa.
Mas você vê, Isabele, que eles acertaram da primeira vez que eles me apoiaram, foi contra o [Wilson] Witzel, em 2018. Então, você vê que eles acertaram, que estavam corretos, né? Olha aí o ex-juiz. Então, é isso. Você tem momentos na história política do mundo. A gente não pode ficar dividindo entre direita e esquerda. Você tem uma coisa de civilização, de pessoas que respeitam princípios democráticos, que dialogam mesmo na divergência. Eu sempre tive o Psol na minha oposição, mas eu respeito as opiniões. Não concordo, não participo, não coaduno, não participo da base eleitoral, mas eu respeito a opinião divergente. É isso que nós estamos disputando nesta cidade neste momento. É o respeito à democracia ? como aconteceu em 2018, e o resultado está aí. Olha o que deu esse Witzel no Governo do Estado e o que é o Crivella na Prefeitura. As pessoas percebem isso. Ninguém está aderindo ao Eduardo Paes com "Ah, eu sou o Eduardo Paes desde pequenininho", não. Eu tenho certeza que no dia seguinte da minha vitória, o Psol, que aliás já anunciaram, vai para a oposição. Eu tenho certeza de que no dia seguinte à minha vitória, a página "Eu odeio o Eduardo Paes", vai estar na oposição. Até gostaria que não estivesse. Por mim, eu fazia um governo de coalizão completa para recuperar o Rio, mas sei também que são pessoas de grupos políticos que a gente pode dialogar quando a causa for interesse da cidade. É isso que nós estamos discutindo neste momento. O Rio não aguenta mais o Crivella. É isso que está em debate no segundo, é isso que a população vai decidir no próximo domingo.
O nome disso é democracia, né, Paes? Deixa-me te falar uma coisa: a gente tem que falar de educação também. A pandemia ela não só traz para o próximo governante o desafio na saúde, como a gente já sabe, já falou aqui na minha primeira pergunta, mas existe uns estudo que 40 milhões de crianças, principalmente na parte básica - aí eu não sei qual é o numero do Rio de Janeiro, mas também todos nós estamos neste mesmo barco, deixaram as escolas. Ou seja, é um abismo que a gente ter que conviver na história. Existe alguma alternativa principalmente por parte da prefeitura, de educação básica para tentar de alguma forma no ano que vem suprir o que foi 2020, não só pra essas crianças, mas para pais e mães que voltaram a trabalhar e não tinham nem como deixar o filho? Esse abismo social que pode ser criado diante dessa falta de escolas de 2020?
Isabele, você tem toda a razão. Porque a realidade é o seguinte: os filhos da escola privada, eles não ficaram sem aula. Eles tiveram ensino a distância com a internet. E o filho da escola pública? Ninguém quer culpar aqui o prefeito pela pandemia, mas o fato é que a Prefeitura nesse período não apresentou nenhuma alternativa e nenhum plano para o próximo ano. Imagina a angústia de um pai e de uma mãe nesta circunstância. Desde o início desse campanha, nós apresentamos um plano chamado "Dois Anos em Um", e que nós vamos recuperar esse ano perdido de 2020. Vamos desde o primeiro momento que implantar o projeto que a gente está chamando de "Conectados", permitindo que todas as crianças tenham acesso a internet, a tablet. Não tem mais aquela história de só laboratório de informática. A gente precisa colocar as nossas crianças da rede pública conectadas e ao mesmo tempo fazer muito reforço escolar. Ou seja, trabalhar muito para que esse abismo social, esse abismo entre a qualidade do ensino público e a qualidade do ensino privado não se amplie ainda mais nesse momento. Então, estão lá os dois programas de governo. O "Dois Anos em Um" e o "Conectados".
Candidato, na questão da segurança, o senhor estabeleceu uma meta de redução do índice de criminalidade de 20% nas áreas de grande fluxo de pessoas. Eu pergunto para o senhor: não é uma meta muito ousada já que se pegar os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), por exemplo, se roubo de rua, que eu acredito que seja mais o foco de uma Prefeitura, da Guarda Municipal, os dados comparativos entre 2018 e 2019, a redução foi de 8%. O senhor está pretendendo triplicar essa meta. O senhor acha factível isso? É possível?
Humberto, meta é para ser ousada. Não tem jeito. Você sabe que quando eu fui prefeito a gente trabalhava com todas as áreas da prefeitura com metas muito claras, muito bem definidas. Meta fácil de cumprir não precisa ser meta. A gente tem que ter metas que sejam e exijam do servidor público ? e inclusive sempre que eu fiz, o servidor da prefeitura sabe disso, que se atingisse a meta as pessoas recebiam até um décimo quarto salário, uma premiação como se faz em muitas empresas privadas. A gente faz meta ousada porque tem que ser meta ousada. Tem que pensar grande. O Rio não precisa estar passando pelo o que está passando. Eu repito aqui: no meu governo não era tudo perfeito, mas os cariocas tem na memória que a cidade funcionava melhor, que a gente foi ousado na saúde, que a gente foi ousado na educação, que a gente foi ousado na transformação urbana, e é disso que o Rio precisa. De ousadia. Reduzir 20% é difícil, é duro, mas nós teremos tarefas difíceis porque o Rio infelizmente precisa. Os desafios são muito grandes. Não dá pra gente continuar vivendo do jeito que a gente está vivendo. Eu desafio aqui. Nós vamos recuperar as clínicas da família com muita rapidez. Permitir que as clínicas voltem a ter médicos, que o abastecimento de medicamentos volte a ser regular, que os enfermeiros, agentes de saúde voltem a funcionar, volte a ter a quantidade suficiente. Ele acabou, Humberto, ele demitiu 6 mil funcionários de saúde, um homem que disse que iria cuidar das pessoas, né? Nós temos um prefeito hoje tirou a esperança do futuro, que tirou a nossa fé. É curioso. O Rio elegeu um pastor, e um pastor acabou com a fé do futuro da cidade. É inaceitável. E vamos pensar grande sim, vamos ter metas ousadas e vamos cumprir. Nós colocamos a meta ousada até para que vocês possam cumprir o papel de vocês - que eu sei que vocês cumprem aí no SBT com muita energia. Nós vamos prestar contas e sendo cobrados por vocês.
Ainda nesta questão da segurança, candidato, o senhor fala em criar um grupo de elite na Guarda Municipal para patrulhar algumas áreas específicas. Eu queria saber se nessas áreas específicas inclui também a Rua do Valão, no Jacarezinho ? que é controlada pelo tráfico, tem o tráfico de drogas. A comunidade do Rola, na Zona Oeste, que é controlada pela milícia. Essa Guarda Municipal armada, essa elite da Guarda Municipal, vai entrar nessas áreas também?
Não tem uma relação direta com o combate ao tráfico de drogas, áreas dominadas por milícias, por tráfico ou crime organizado. O que nós vamos cuidar é dos corredores comerciais, dos lugares de fluxo de pedestres, esse é o objetivo.
Recado final à população
Eu queria agradecer mais uma vez a você Isabelle, a você Humberto, a todos vocês do SBT, e chamar a atenção para isso. No dia 29, domingo, vote 25. Crivella nunca mais. Vamos fazer o Rio voltar a dar certo. Muito obrigado a vocês.
Paes vai na contramão do que o presidente da República Jair Bolsonaro e seu vice Hamilton Mourão afirmaram à imprensa nos últimos dias, de que não existe racismo no Brasil. "É óbvio que o racismo é algo estrutural na sociedade brasileira, num país que foi o último a abolir a escravidão. A gente vê o racismo no Brasil todo dia, a toda hora, a todo momento. Eu acho que nós temos que ter como marca um governo antirracista. Não basta não ser racistas, mas tem que ser um governo anti-racista", alegou o candidato, que também disse que irá continuar com políticas afirmativas para pretos e índios, inclusive em concursos públicos.
Sobre enfrentar uma possível segunda onda de casos e óbitos por conta da pandemia de Covid-19, o ex-prefeito nega pensar em lockdown. Para ele, o fechamento total é uma medida muito radical e que só será implementada em "necessidade extrema". Para ele, o importante é reativar leitos para atendimento exclusivo de pacientes infectados pelo coronavírus.
"O uso da máscara, distanciamento social, quero dizer, têm medidas que podem ser implementadas antes de uma tão radical como o lockdown. Isso [lockdown] não é uma coisa que esteja hoje nos meus planos, até porque não adianta as autoridades quererem fazer com que as pessoas cumpram com medidas que não vão cumprir. Então, acho que é muito importante que esse debate se dê de uma maneira muito franca e as restrições que possam impedir que o vírus se propague de maneira tão intensa ?", argumentou.
Paes também criticou seu oponente e atual prefeito Marcelo Crivella por estar, segundo ele, distribuindo panfletos com mentiras a seu respeito durante a campanha, principalmente ao que tange ao suposto apoio de partidos da esquerda, como o Psol, e à pedofilia nas escolas. Perguntado sobre o apoio recebido pelo PSD, um partido de centro-direita, na noite de ontem, Paes tergiversou:
"O Crivella é um prefeito tão ruim, mas tão ruim, que eu tenho tido apoio de partidos de esquerda e de direita. Aliás, não é nem apoio, é um veto à candidatura, ao voto do Crivella porque ele é o pior prefeito da história do Rio. Não há prefeito igual a ele. Acho que a população sabe que esse segundo turno é quando decidimos se queremos continuar com o Crivella mais quatro anos ou vamos mandá-lo pra casa?", concluiu o candidato.
Leia na íntegra a transcrição da sabatina com Eduardo Paes (DEM) a seguir:
Hoje a primeira pergunta é minha e em questão desaúde.Na primeira sabatina,a gente falou de propostas, de ser a favor ou não das Organizações Sociais. Agora, a minha pergunta é mais do dia a dia, do momento que estamos vivendo agora. Já nessa reta final, a gente está vendo, falamos hoje no SBT Rio e você também tem acompanhado, candidato, sobre o risco iminente de ter uma "segunda onda".No caso eleito,você já pega essa segunda onda com carro andando. Você já está se reunindo, fazendo esse comitê? Como seria o Eduardo Paes prefeito para gerenciar essa possível crise?
Isabele [Benito],é óbvio que eu tenho pessoas da área de saúde que me assessoram,trabalham comigo.Mas também,nós não temos acesso a todas as informações.O que nós sabemos é aquilo que a imprensa informa,até porque os números da prefeitura não são exatamente os mais transparentes nesse momento. Aliás, eu quero lembrar; o Rio teve o dobro do índice de letalidade de São Paulo. Lá tem quase o dobro da nossa população, e nós tivemos quase o mesmo número de mortes que São Paulo. Ou seja, a crise aqui foi mal gerida. Eu acho que o fundamental é trabalhar em parceria com os demais níveis de governo. A gente viu aqui, durante a crise do coronavírus, o prefeito e governador muito pouco entrosados É fundamental também que se reativem os leitos que estão desativados na cidade do Rio de Janeiro, sejam federais, estaduais ou municipais, para atendimento específico da COVID-19. Importante agora é ter leitos suficientes para? atender as pessoas que necessitem de interação quando contaminadas pelo vírus.
Já pegando a prefeitura em 1º de janeiro, conversando com especialistas, que dizem que se acontecer essa possível onda em dezembro e janeiro, a gente também tem aquela questão de você ficar entre economia, um lockdown e o distanciamento das pessoas. Qual seria o seu posicionamento, já que temos a curva ascendente, que preocupa, entre final dedezembro e janeiro ?
Eu acho que já passou essa fase de disputa entre economia e saúde. Eu acho que a gente tem que tomar as medidas que sejam possíveis para atender a população e que um lockdown é uma medida muito radical. Óbvio, se tiver uma necessidade extrema, sim. Mas eu acho que, com o aprendizado que já temos hoje do coronavírus, é fundamental a gente, claro, tratar pessoas mais velhas,as pessoas que têm algum grau de comorbidade sejam mais protegidas.O uso da máscara, distanciamento social, quer dizer, têm medidas que podem ser implementadas antes de uma tão radical como o lockdown.? Isso não é uma coisa que esteja hoje nos meus planos, até porque, repito, não adianta as autoridades quererem fazer com que as pessoas cumpram com medidas que não vão cumprir. Então, acho que é muito importante que esse debate se dê de uma maneira muito franca e as restrições que possam impedir que o vírus se propague de maneira tão intensa.
A gente tem visto nos últimos dias uma onda de protestos contra o racismo, por causa da morte do homem negro dentro do Carrefour.Tanto o presidente Bolsonaro, quanto o vice Mourão têm negado a existência do racismo no Brasil.Queria saber se o senhor concorda com essa visão negacionista e o que fazer no âmbito para ampliar os espaços dos negros dentro do governo e fora dele?
É óbvio que o racismo é algo estrutral na sociedade brasileira, num país que foi o último a abolir a escravidão. A gente vê o racismo no Brasil todo dia, toda hora, todo momento. Eu acho que nós temos que ter como marca um governo antirracista. Não basta não ser racistas, mas tem que ser um governo anti-racista. Trabalhar com política de cota, sim. Tem uma legislação que eu já fiz, na época em que fui prefeito, com cotas para negros, índios, enfim, inclusive no concurso público. Ter políticas públicas contra qualquer tipo de intolerância, principalmente o racismo. Ele está encarnado na sociedade brasileira. É um tema muito sério e muito grave que tem que ser enfrentado e tratado para que possamos, de uma vez por todas, interromper esse ciclo, que é um ciclo de preconceito na sociedade brasileira.
Candidato, eu vou falar de transporte agora. A gene teria pouco tempo para falar aqui, diante das dificuldades do transporte. Uma útima pesquisa com GPS da prefeitura, posso estar errada, mas o percentual, se eu não me enganho, principalmente em outubro na zona oeste, que sempre foi crítica a questão, 20% a menos de ônibus circulando. Eu mesma vi uma cena lamentável na semana passada. 10 horas da manhã na Avenida das Américas, um BRT andando com, não era a porta, era a parte traseira caindo aos pedaços. Não só o risco para quem tá dentro do ônibus mas eu fiquei chocada com o risco das pessoas que estavam na rua na própria plataforma. O BRT é o retrato do transporte do Rio de Janeiro, do transporte público. Não só largado, como trambém as pessoas sem perspectiva,desacreditadas. Como fazer para mudar isso em pouco tempo?
Primeira coisa é o seguinte, tem algumas coisas absurdas. Tem linhas de ônibus que literalmejte sumiram. Eu quero lembrar. Essas empresas, os consórcios, têm a obrigação de colocar essas linhas de ôninbus. Então, a prefeitura tem que punir, multar e se isso não for resolvido, tem que cassar a concessão desses consórcios. O BRT é a mesma coisa. É uma responsabilidade dos consórcios e da concessionária cuidar dos BRTs, ter os ônibus e as licitações em bom estado. Não é papela da prefeitura cuidar, nem muito menos reformar estações, sob pena de cassação da concessão. quer dizer, me causa estraneza esse abandono no transporte. Aliás, recentemente, o prefeito aumentou a idade média dos ônibus de nove para 13 anos, por isso que estamos vendo um monte de "lata velha" pela cidade, por isso que vemos o BRT nessas condições. Tem que exigir das concessionárias, sob pena de cassação da concessão. Nós vamos botar o BRT pra funcionar. Essas linhas de ônibus que sumiram, eu estou falando para a população de Sepetiba, Santa Cruz, de diversos bairros da Zona Norte, de ´pareas de Bangu, onde os ônibus sumiram por completo. Quem conhece essas áreas da {Avinida Cesário de ]Melo, entre Campo Grande e Santa Cruz, passando por diversos bairros da Zona Oeste, comunidades importantes como a [Favela do ] ROla, do Cesarão, Aço, Vila Carioca, são áreas que hoje não têm mais onibus. Dependem tão somente do STPL ( Serviço de TRansporte Público Local ) É fundamental que a prefeitura exerça o papel de órgão concedente, de poder concedente e exiham das concessionárias que isso comece a funcionar. Eu tenho dito isso a campanha inteira. Na minha época não era prefeito, mas o BRT funionaval. Nós implantamos um sistema moderno ue funcionava com qualidade. As linhas de ônibus estavam presentes. Tem área da cidade que não tem mais linha de ônibus. Não é negócio que caiu 20%, não. Caiu 100%. Isso é um verdadeiro absurdo e a prefeitura tem que cobrar das concessionárias.
Candidato,no debate da Band, o [Marcelo] Crivella (Republicanos) chamou o senhor de "madrinha da mentira" e disse que o senhor não gosta de mulher.Que tipo de mensagem o senhor acha que o Crivella tentou passar para o eleitor?Também queria saber se o senhor vê algum tipo de relação disso com a história do "kit gay", na Secretaria de Educação?
Ele está num desespero completo. Eu deixei ali uma mensagem bíblica de que ele é o pai da mentira.Ele é a pessoa, o tempo todo, que está distribuindo fake news, fazendo verdadeiros absurdos. A gente sabe que as políticas públicas implementadas; aliás, eu tenho orgulho de ter sido o prefeito que criou a primeira Secretaria Municipal das Mulheres de todas as capitais brasileiras, com políticas públicas efetivas, com a Casa da Mulher, uma série de ações importantes. Ele fica com essas mentiras. Agora está distribuindo panfletos com absurdos, botando uma suposta aliança minha com o PSOL, dizendo que vão nomear o secretário de Educação, vão fazer pedofilia nas escolas. Eu quero lembrar uma coisa aqui Humberto [Nascimento], o Crivella é um prefeito tão ruim, mas tão ruim, que eu tenho tido apoio de partidos de esquerda e de direita. Aliás, não é nem apoio, é um veto à candidatura, ao voto do Crivella porque ele é o sabe que esse segundo turno é quando decidimos se queremos continuar com o Crivella mais quatro anos ou vamos mandá-lo pra casa. A população sofre nas clínicas da família,nos BRTs que não funcionam, em todas as áreas. Então, você pode ter certeza que a gente vai trabalhar muito firme para ter políticas públicas de atenção às mulheres
O senhor falou também dessa questão do apoio político. Ontem, o senhor fechou apoio com o PSD, que é um partido de centro-direita, a linha auxiliar do governo Bolsonaro, inclusive. O senhor não teme perder eleitores de esquerda com essa identificação mais à direita?
É uma situação curiosa. Tem uma página no Facebook que é "Eu odeio Eduardo Paes" ou "Fora Eduardo Paes", não me lembro mais o nome, e até essa página declarou apoio a mim. De novo, o Crivella é um prefeito tão ruim que a declaração de voto contrário a ele, em muitos casos,como o PSOL - que já disse "nós não faremos parte de um eventual governo do Eduardo Paes" -, nem eles me pediram, nem eu ofereci serão oposição [ao Crivella]. Também não teve nenhum tipo de acordo com o PSD.? O que você tem são cariocas desesperados com o prefeito que só maltratou a cidade, mas que é incapaz de liderar, que mostra despreparo, que mente permanentemente, que foi omisso ao longo desses anos. Ele é fraco e incapaz de dar um norte para a prefeitura. Então, o que estamos vendo acontecer na cidade do Rio de Janeiro é o que faz com que diferentes correntes políticas e até gente queexplicitamente não gosta de mim, como essa página do Facebook, declarem voto a mim. Desde o início dessa campanha, eu serei o candidato do Rio. Desde o início, o Crivella é o candidato do [presidente Jair] Bolsonaro (Sem partido); a Benedita [da Silva] (PT) eracandidata do [ex-presidente] Lula; a Martha [Rocha] (PDT) era candidata do Ciro [Gomes] (PDT), e eu busquei o tempo todo tratar dos temas cidade. É disso que eu quero tratar. Os eleitores da esquerda, do centro e da direita são muito bem-vindos. O que nós estamos disputando aqui e agora é se nós vamos tirar da prefeitura o pior prefeito da história? do Rio ou não.? O voto do próximo domingo,eu diria que é uma votação histórica. Eu sei que esse voto não significa só "eu apoio o Eduardo Paes". Eu tive um grande apoio. Terminei o primeiro turno em primeiro lugar, mas sei que, nesse momento, represento um conjunto de pessoas da sociedade carioca, de forças políticas e sociais que não aguentam mais aincompetência do Crivella e que querem dar um "não" rotundo, contundente e um basta a esse Crivella.
Eduardo Paes, é a segunda vez que esta página "Fora Eduardo Paes" ou "Eu odeio Eduardo Paes" já te apoia. Amor e ódio ficam lado a lado. Agora a gente vai ver lá a página "Eu amo Eduardo Paes", e eu estou pensando em uma foto sua no samba do perfil da página. Agora vamos lá, vamos falar de outra coisa.
Mas você vê, Isabele, que eles acertaram da primeira vez que eles me apoiaram, foi contra o [Wilson] Witzel, em 2018. Então, você vê que eles acertaram, que estavam corretos, né? Olha aí o ex-juiz. Então, é isso. Você tem momentos na história política do mundo. A gente não pode ficar dividindo entre direita e esquerda. Você tem uma coisa de civilização, de pessoas que respeitam princípios democráticos, que dialogam mesmo na divergência. Eu sempre tive o Psol na minha oposição, mas eu respeito as opiniões. Não concordo, não participo, não coaduno, não participo da base eleitoral, mas eu respeito a opinião divergente. É isso que nós estamos disputando nesta cidade neste momento. É o respeito à democracia ? como aconteceu em 2018, e o resultado está aí. Olha o que deu esse Witzel no Governo do Estado e o que é o Crivella na Prefeitura. As pessoas percebem isso. Ninguém está aderindo ao Eduardo Paes com "Ah, eu sou o Eduardo Paes desde pequenininho", não. Eu tenho certeza que no dia seguinte da minha vitória, o Psol, que aliás já anunciaram, vai para a oposição. Eu tenho certeza de que no dia seguinte à minha vitória, a página "Eu odeio o Eduardo Paes", vai estar na oposição. Até gostaria que não estivesse. Por mim, eu fazia um governo de coalizão completa para recuperar o Rio, mas sei também que são pessoas de grupos políticos que a gente pode dialogar quando a causa for interesse da cidade. É isso que nós estamos discutindo neste momento. O Rio não aguenta mais o Crivella. É isso que está em debate no segundo, é isso que a população vai decidir no próximo domingo.
O nome disso é democracia, né, Paes? Deixa-me te falar uma coisa: a gente tem que falar de educação também. A pandemia ela não só traz para o próximo governante o desafio na saúde, como a gente já sabe, já falou aqui na minha primeira pergunta, mas existe uns estudo que 40 milhões de crianças, principalmente na parte básica - aí eu não sei qual é o numero do Rio de Janeiro, mas também todos nós estamos neste mesmo barco, deixaram as escolas. Ou seja, é um abismo que a gente ter que conviver na história. Existe alguma alternativa principalmente por parte da prefeitura, de educação básica para tentar de alguma forma no ano que vem suprir o que foi 2020, não só pra essas crianças, mas para pais e mães que voltaram a trabalhar e não tinham nem como deixar o filho? Esse abismo social que pode ser criado diante dessa falta de escolas de 2020?
Isabele, você tem toda a razão. Porque a realidade é o seguinte: os filhos da escola privada, eles não ficaram sem aula. Eles tiveram ensino a distância com a internet. E o filho da escola pública? Ninguém quer culpar aqui o prefeito pela pandemia, mas o fato é que a Prefeitura nesse período não apresentou nenhuma alternativa e nenhum plano para o próximo ano. Imagina a angústia de um pai e de uma mãe nesta circunstância. Desde o início desse campanha, nós apresentamos um plano chamado "Dois Anos em Um", e que nós vamos recuperar esse ano perdido de 2020. Vamos desde o primeiro momento que implantar o projeto que a gente está chamando de "Conectados", permitindo que todas as crianças tenham acesso a internet, a tablet. Não tem mais aquela história de só laboratório de informática. A gente precisa colocar as nossas crianças da rede pública conectadas e ao mesmo tempo fazer muito reforço escolar. Ou seja, trabalhar muito para que esse abismo social, esse abismo entre a qualidade do ensino público e a qualidade do ensino privado não se amplie ainda mais nesse momento. Então, estão lá os dois programas de governo. O "Dois Anos em Um" e o "Conectados".
Candidato, na questão da segurança, o senhor estabeleceu uma meta de redução do índice de criminalidade de 20% nas áreas de grande fluxo de pessoas. Eu pergunto para o senhor: não é uma meta muito ousada já que se pegar os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), por exemplo, se roubo de rua, que eu acredito que seja mais o foco de uma Prefeitura, da Guarda Municipal, os dados comparativos entre 2018 e 2019, a redução foi de 8%. O senhor está pretendendo triplicar essa meta. O senhor acha factível isso? É possível?
Humberto, meta é para ser ousada. Não tem jeito. Você sabe que quando eu fui prefeito a gente trabalhava com todas as áreas da prefeitura com metas muito claras, muito bem definidas. Meta fácil de cumprir não precisa ser meta. A gente tem que ter metas que sejam e exijam do servidor público ? e inclusive sempre que eu fiz, o servidor da prefeitura sabe disso, que se atingisse a meta as pessoas recebiam até um décimo quarto salário, uma premiação como se faz em muitas empresas privadas. A gente faz meta ousada porque tem que ser meta ousada. Tem que pensar grande. O Rio não precisa estar passando pelo o que está passando. Eu repito aqui: no meu governo não era tudo perfeito, mas os cariocas tem na memória que a cidade funcionava melhor, que a gente foi ousado na saúde, que a gente foi ousado na educação, que a gente foi ousado na transformação urbana, e é disso que o Rio precisa. De ousadia. Reduzir 20% é difícil, é duro, mas nós teremos tarefas difíceis porque o Rio infelizmente precisa. Os desafios são muito grandes. Não dá pra gente continuar vivendo do jeito que a gente está vivendo. Eu desafio aqui. Nós vamos recuperar as clínicas da família com muita rapidez. Permitir que as clínicas voltem a ter médicos, que o abastecimento de medicamentos volte a ser regular, que os enfermeiros, agentes de saúde voltem a funcionar, volte a ter a quantidade suficiente. Ele acabou, Humberto, ele demitiu 6 mil funcionários de saúde, um homem que disse que iria cuidar das pessoas, né? Nós temos um prefeito hoje tirou a esperança do futuro, que tirou a nossa fé. É curioso. O Rio elegeu um pastor, e um pastor acabou com a fé do futuro da cidade. É inaceitável. E vamos pensar grande sim, vamos ter metas ousadas e vamos cumprir. Nós colocamos a meta ousada até para que vocês possam cumprir o papel de vocês - que eu sei que vocês cumprem aí no SBT com muita energia. Nós vamos prestar contas e sendo cobrados por vocês.
Ainda nesta questão da segurança, candidato, o senhor fala em criar um grupo de elite na Guarda Municipal para patrulhar algumas áreas específicas. Eu queria saber se nessas áreas específicas inclui também a Rua do Valão, no Jacarezinho ? que é controlada pelo tráfico, tem o tráfico de drogas. A comunidade do Rola, na Zona Oeste, que é controlada pela milícia. Essa Guarda Municipal armada, essa elite da Guarda Municipal, vai entrar nessas áreas também?
Não tem uma relação direta com o combate ao tráfico de drogas, áreas dominadas por milícias, por tráfico ou crime organizado. O que nós vamos cuidar é dos corredores comerciais, dos lugares de fluxo de pedestres, esse é o objetivo.
Recado final à população
Eu queria agradecer mais uma vez a você Isabelle, a você Humberto, a todos vocês do SBT, e chamar a atenção para isso. No dia 29, domingo, vote 25. Crivella nunca mais. Vamos fazer o Rio voltar a dar certo. Muito obrigado a vocês.
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