Tarifas dos EUA criam incertezas e oportunidades para exportadores brasileiros
Nova ordem no comércio internacional pode favorecer produtos brasileiros em diversos mercados, mas é precisocautela
SBT Brasil
As recentes tarifas aplicadas pelo governo de Donald Trump vêm desenhando uma nova ordem no comércio internacional, o que tem deixado exportadores brasileiros em alerta. Apesar do cenário de incerteza, especialistas apontam que essa mudança pode trazer boas oportunidades para o Brasil.
Com a taxação que impactou a China e que deve atingir também o Canadá e o México os produtos brasileiros podem ganhar competitividade em diversos mercados internacionais. Um dos setores que já busca fortalecer seus laços com novos parceiros comerciais é o de insumos para a produção de calçados.
+ Trump recua e adia tarefas sobre o México até 2 de abril
"A União Europeia também vai querer diversificar seus parceiros comerciais, então entendemos que o Mercosul pode se tornar um potencial parceiro. Isso abre um mercado gigantesco para o Brasil", afirma Luiz Ribas Jr, gestor de mercado internacional da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefato (Assintecal). Segundo ele, a Colômbia e o México já iniciaram diálogos com o Brasil em busca de alternativas.
O agronegócio brasileiro também pode se beneficiar desse novo cenário. Com a taxação dos Estados Unidos, a China respondeu com a imposição de uma tarifa adicional de 15% sobre produtos como frango, trigo, algodão e milho norte-americanos, abrindo espaço para um estreitamento ainda maior das relações comerciais com o Brasil.
+ França considera proteger aliados europeus com arsenal nuclear, diz Macron
No entanto, a pesquisadora da FGV/IBRE Lia Valls, especialista em comércio exterior, alerta para a volatilidade desse cenário. "O Brasil é um dos maiores exportadores de produtos agrícolas e alimentos, então há uma oportunidade. Mas é importante lembrar que, devido às incertezas das políticas de Trump, as mudanças tarifárias podem ser reavaliadas a qualquer momento", destaca.
Diante desse ambiente instável, a estratégia do Brasil deve ser a de avaliação cuidadosa das oportunidades.
