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Economia

Setores da pesca, química e calçados pressionam por medidas contra tarifaço dos EUA

Empresários e especialistas alertam para risco de fechamento de vagas e prejuízos bilionários

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A taxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros já afeta diretamente setores como pesca, indústria química e calçados. Empresários e especialistas alertam que, além do prejuízo imediato, há risco de fechamento de milhares de postos de trabalho.

O segmento de calçados, quinto maior do mundo, teme demissões em massa diante da dependência das exportações e da concorrência de países asiáticos. “É um produto muito específico, então a gente não consegue simplesmente no curto prazo realocar pela particularidade do produto. Se a gente considerar os postos de trabalho diretos e indiretos vinculados à cadeia produtiva, estamos falando de mais de 20 mil postos na indústria calçadista brasileira”, afirmou Priscilla Linck, coordenadora de Inteligência de Mercado da Abicalçados.

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Na indústria química, que exporta para os EUA insumos usados na produção de madeira, plásticos e minérios, o cenário também é preocupante. “A conta não fecha. Há uma pressão grande para paralisação de unidades produtivas mais do que um redirecionamento para o mercado interno. Redução de produção, de emprego e de renda no Brasil”, disse André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim.

O setor pesqueiro, que envia ao exterior produtos de alto valor, vê a competitividade cair com o aumento das tarifas e teme ter a produção parada.

Para o professor de Políticas Públicas da ESPM, Fábio Andrade, o impacto econômico pode atingir também a arrecadação do governo. “As empresas vão exportar menos, logo o governo arrecadará menos sobre os produtos vendidos. Como, além disso, é provável que haja diminuição dos postos de trabalho, o governo vai precisar tomar medidas para evitar efeitos negativos no mercado de trabalho”, explicou.

Segundo o especialista, o plano de contingência que deve ser apresentado precisa apoiar tanto empresas quanto trabalhadores. “Como é que nós vamos conseguir evitar possíveis efeitos negativos na queda da renda das pessoas? Esse é o grande desafio a ser pensado”, afirmou.

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