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Economia

Selic: Banco Central deve manter taxa básica de juros em 10,5% ao ano nesta quarta (19)

Presidente Lula voltou a subir tom de críticas a Roberto Campos Neto; expectativa do mercado é de interrupção do ciclo de cortes

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Banco Central | Divulgação
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O Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central (BC), toma decisão nesta quarta-feira (19) e deve manter a taxa básica de juros, Selic, em 10,5% ao ano. A reunião começou nessa terça (18) e ocorre em meio a novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao presidente do BC, Roberto Campos Neto.

O mais recente boletim Focus, divulgado semanalmente com projeções econômicas, trouxe expectativas do mercado financeiro. Instituições esperam interrupção do ciclo de cortes, iniciado em agosto de 2023.

Em entrevista ontem à rádio CBN, Lula declarou que o "comportamento do Banco Central" é a única "coisa desajustada neste país". "Presidente [Campos Neto] tem lado político, trabalha para prejudicar o país. Não tem explicação a taxa de juros estar como está", disse o petista.

Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à frente do BC desde 2019, Campos Neto sai do cargo em 31 de dezembro de 2024.

Lula falou ontem que pretende escolher uma "pessoa madura, calejada, responsável, alguém que tenha respeito pelo cargo que exerce e alguém que não se submeta a pressões de mercado, e que faça aquilo que for de interesse de 213 milhões de brasileiros".

Juros: comportamento nos últimos três anos

Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes seguidas, ainda no contexto da pandemia de covid-19 e alta de preços de alimentos, energia e combustíveis.

De agosto de 2022 ao mesmo mês de 2023, a taxa permaneceu em 13,75% ao ano. Depois, até março de 2024, o Copom reduziu a taxa para 10,5% ao ano, sempre com cortes de 0,5%. Mas, na última reunião, desacelerou a diminuição, cortando 0,25%.

A projeção do mercado financeiro, segundo a pesquisa Focus, é de que a Selic termine 2024 em 10,5% ao ano. Para o fim de 2025, expectativa chega a 9,5% ao ano. Já para 2026 e 2027, espera-se taxa de 9% ao ano.

O Copom é formado pela diretoria do BC e por Campos Neto.

CNI contra interrupção de cortes

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende continuidade da rotina de cortes na Selic. Em comunicado divulgado nessa terça, a entidade classifica 10,5% ao ano como "patamar muito alto", que "atua no sentido de contrair a atividade econômica".

"Pois dificulta o acesso ao crédito e, consequentemente, reduz o crescimento econômico. Os prejuízos são sentidos por toda a sociedade, sobretudo em termos de emprego e renda", diz.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, diz na nota defender corte de pelo menos 0,25%, como ocorreu na última reunião do Copom. A organização também afirma que comportamento da inflação "não justifica uma interrupção do ciclo de cortes na Selic, que seria precipitada e inadequada".

"Embora a inflação corrente tenha acelerado em maio, assim como as expectativas para 2024 também tenham sido elevadas nas últimas semanas, deve-se frisar que esse movimento ainda é muito recente e, por isso, não configura mudança estrutural no comportamento dos preços", continua.

Assista ao Brasil Agora desta quarta (19):

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