Economia

Seis em cada dez brasileiros fazem compras por impulso na internet, aponta pesquisa

Véspera da Black Friday reforça preocupação com endividamento; especialistas alertam para diferenciação entre desconto real e armadilhas de consumo

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O dia 11 de novembro, que se popularizou como uma espécie de prévia da Black Friday no comércio eletrônico, tem movimentado consumidores em busca de ofertas. Mas, com os preços reduzidos, cresce também o risco de compras por impulso. Um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o SPC Brasil revela que seis em cada dez brasileiros admitem comprar online sem planejamento.

O corretor de seguros Guilherme Navarro conhece bem essa sensação. Em menos de um mês, ele comprou seis camisetas, além de outros itens que ainda nem tirou da embalagem. “Entrega rápida, muitas vezes frete grátis, e sem precisar sair de casa. Quando você vê, já comprou”, conta.

A facilidade do clique e o apelo das promoções influenciam diretamente o comportamento de consumo. Para o analista de prevenção a fraudes Hugo Rocha, essa lógica já levou ao endividamento. “Aparece uma promoção irrecusável e a gente compra. Já precisei me enrolar no cartão para trocar de celular”, afirma.

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Gastando mais do que pode

Segundo a pesquisa, 40% dos consumidores admitem gastar mais do que podem em compras não planejadas. E 35% já atrasaram o pagamento do cartão ou contas essenciais por causa dessas despesas. O estudo mostra ainda que frete grátis (45%), descontos (25%) e prazo reduzido das ofertas (22%) são os principais gatilhos que levam ao gasto impulsivo.

Especialistas alertam que essas sensações tendem a se intensificar nas próximas semanas, com a proximidade da Black Friday, uma das datas mais fortes do varejo digital. “Promoções agressivas e lançamentos criam a sensação de urgência. O consumidor se sente pressionado a comprar agora para não ‘perder a chance’”, explica o representante da CNDL.

A recomendação de economistas é simples: antes de finalizar uma compra, vale perguntar se o produto é realmente útil e se cabe no orçamento. Caso contrário, o desconto pode sair caro.

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