O caminho do meio no mundo dos negócios
Esta filosofia, ensinada por personalidades históricas, ressalta a relevância de evitar os extremos nas empresas e negócios
No mundo empresarial, ser atraído pelos extremos é um caminho fácil. Isso pode se manifestar na busca incessante pelo lucro, na corrida por inovação e crescimento a qualquer custo, ou na tentativa de superar a concorrência de maneira avassaladora.
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Por outro lado, existem os extremos da acomodação, da prudência excessiva e da abordagem muito “pé no chão”. No entanto, ao longo da minha jornada como empresário e investidor, compreendi a importância de buscar o “caminho do meio”.
Esta filosofia, ensinada por personalidades históricas como Buda, Jesus Cristo e exemplificada por líderes modernos como Warren Buffett, ressalta a relevância de evitar os extremos nas empresas e negócios.
Promove um equilíbrio e moderação nas decisões empresariais, aspectos que considero cruciais para o sucesso sustentável.
Para mim, o “caminho do meio” significa evitar as extremidades, é uma estratégia tanto de vida quanto de negócios.
Vejo muitos colegas empresários mergulhados em uma mentalidade de urgência, do “tudo ou nada”, arriscando não apenas a saúde financeira, mas também a mental e física.
"Não adianta focar só pensando em vendas e faturamento, cadê o lucro? Por outro lado, quando fica obcecado pelo lucro, cadê as vendas?"
Quem explicou isso também foi o Edilson Lopes, em um episódio do Pivotando, que apresento no SBT News.
Por isso, adotar uma abordagem equilibrada permite enfrentar desafios com uma perspectiva mais serena, tomando decisões ponderadas que consideram o potencial de lucro e o impacto dessas decisões na equipe, clientes, comunidade e no mercado.
Buscar o “caminho do meio” não significa ser mediano, se conformar com a mediocridade ou não explorar todo o seu potencial. Significa estar aberto a aprender com os erros e se adaptar.
Em vez de me lançar cegamente em direção a metas ambiciosas, aprendi a estabelecer objetivos realistas e alcançáveis que promovem um crescimento constante, sem sacrificar o bem-estar da minha equipe ou a qualidade dos produtos e serviços oferecidos.
Esta abordagem permite inovar de maneira responsável, equilibrando novas ideias com práticas comprovadas.
O “caminho do meio” também me ensinou a importância da paciência no acelerado mundo dos negócios.
Embora seja tentador buscar resultados imediatos, muitas vezes, os melhores resultados vêm da persistência e da capacidade de aguardar o momento certo para agir. Isso não significa ser complacente, mas reconhecer que nem toda ação precisa ser imediata e radical para ser eficaz.
Buda, por exemplo, buscou o caminho do meio como uma resposta aos extremos de indulgência e ascetismo. Percebendo que nem o excesso de prazeres mundanos, nem a negação extrema desses prazeres levavam à verdadeira satisfação, propôs uma via intermediária que equilibra disciplina e compreensão das necessidades humanas.
No contexto empresarial, isso se traduz em buscar um equilíbrio entre crescimento agressivo e prudência conservadora, permitindo o desenvolvimento sustentável da empresa.
Da mesma forma, Jesus Cristo, através de suas parábolas, nos ensinou o amor, a compaixão, a moderação, evitando extremos de julgamento e exclusão.
Promoveu a grandeza no serviço aos outros, um princípio aplicável aos negócios, incentivando líderes a servir e a priorizar o bem-estar de funcionários, clientes e comunidades, muito além dos lucros.
Warren Buffett, por sua vez, exemplifica o “caminho do meio” através de sua filosofia de investimento de valor, focando em empresas com fundamentos sólidos e uma perspectiva de longo prazo, buscando um equilíbrio entre risco e recompensa, evitando os extremos do mercado.
Empresas que adotam práticas de responsabilidade social corporativa também exemplificam essa filosofia, equilibrando a busca por lucratividade com o cuidado com o meio ambiente, comunidades e força de trabalho, reconhecendo que o sucesso a longo prazo vai além dos resultados financeiros.
Adotar o “caminho do meio” me ensinou a lidar melhor com o fracasso, trabalhar meu ego, mantendo uma perspectiva equilibrada que me permitiu analisar objetivamente os meus limites, meu conhecimento, meus resultados e ajustar postura e estratégias.
Isso fortaleceu a resiliência dos meus negócios e investimentos, permitindo navegar por tempos incertos com muito mais confiança.
Finalmente, essa filosofia reforçou a importância das relações humanas nos negócios. Tratar clientes, colaboradores, fornecedores e parceiros com respeito, compreensão e justiça é fundamental para criar uma empresa que prospera economicamente, servidora, investidora e investível, contribuindo positivamente para todos os sues stakeholders e para a sociedade.
Portanto, o “caminho do meio” não é apenas uma estratégia empresarial, é uma filosofia de vida que promove equilíbrio, moderação e sabedoria nas decisões.
Adotá-la tem sido transformador para mim, permitindo crescer de forma sustentável enquanto mantenho meus princípios e valores fundamentais.
Acredito firmemente que, evitando extremos e buscando o equilíbrio, podemos alcançar sucesso verdadeiro e duradouro para a longevidade nos negócios e na vida.
Exatamente por entender que esse ensinamento prático pode ser útil para muitos empresários e ajudar milhares de negócios e, apesar de ser um contra-exemplo dos maiores livros de negócios do mundo, estou escrevendo essa tese no meu novo livro pela Editora Gente, "O Caminho do Meio no Mundo dos Negócios", que vai abordar e ensinar em cada capítulo o "Porque, o que e como fazer o "Caminho do Meio" na Gestão, Vendas, Marketing, Pessoas, Produção"... Enfim, em cada área externa e interna das empresas e também da liderança empresarial.
Esse livro será uma verdadeira estratégia, um conjunto de técnicas, ferramentas e modelos de instruções que vai direcionar sua empresa, não somente em relação aos conceitos e propósitos, mas principalmente em relação às ações que precisam ser tomadas.
Pense também nisso!