IOF: alternativa ao aumento passa por corrigir "outras distorções" e retomar reformas estruturais, diz Haddad
"O que tiver que fazer, vou fazer", diz ministro da Fazenda; governo Lula negociou com Congresso um prazo de 10 dias para apresentar proposta

Rafael Porfírio
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (2) que o governo estuda corrigir "outras distorções no sistema financeiro" para evitar a alta contestada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A elevação virou alvo de críticas do mercado financeiro e ameaça ser derrubada pelo Congresso Nacional.
"Se houver qualquer calibragem, vai ser no âmbito de uma expansão da correção dos desequilíbrios existentes hoje nos tributos que dizem respeito às finanças", disse Haddad.
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O governo negociou um prazo de 10 dias com o Congresso para apresentar um pacote alternativo à medida, que já sofreu recuo após a forte reação negativa do mercado financeiro.
Haddad: "Prefiro soluções estruturais"
Em entrevista na frente do Ministério da Fazenda, Haddad afirmou estar comprometido com as metas. "O que tiver que fazer, eu vou fazer. Só que prefiro soluções estruturais", completou, destacando que está disposto a cumprir as promessas feitas com aval do Congresso. O ministro reforçou que as reformas estruturais "vão voltar para a mesa", sem especificar quais serão.
"É definir qual vai ser o recorte que vai ser feito dessas medidas e apresentar aos três presidentes. Se nós chegarmos a uma boa definição, 70, 80, 90% daquilo que for discutido... Se houver uma compreensão que é hora de avançar, eu acredito que vamos dar uma perspectiva muito mais sustentável, sem essas medidas paliativas", afirmou.
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O ministro evitou antecipar detalhes, mas apontou dois caminhos possíveis.
"Eu tenho duas alternativas. Uma é, com uma medida regulatória, resolver o problema de forma paliativa para cumprir as metas do ano. A outra, que interessa mais à Fazenda, é voltar para as reformas estruturais. Em 2023, várias foram feitas, nós ganhamos nota com as agências de risco, ganhamos prestígio, os investimentos voltaram", declarou.