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Economia

Exportações brasileiras de café e frutas são afetadas por nova tarifa dos EUA

Café fica fora da lista de isenção e terá tarifa de 50%; frutas como a manga também devem sofrer impacto

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O café brasileiro está entre os produtos que serão afetados pela nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos. A bebida ficou de fora da lista de isenções divulgada pelo governo americano nesta quarta-feira (31).

“O que a gente está correndo contra o tempo, com senso de urgência, foco na pauta econômica, de forma pragmática para que esse tempo da tarifa seja o menor possível”, afirma Bruno Voegels, diretor de uma empresa em São Paulo que exporta café para os Estados Unidos há cinco anos.

Atualmente, um quilo de café brasileiro custa em média 6 dólares. Com a nova taxação, o valor pode subir para 9 dólares — em reais, o preço pode saltar de R$ 33,60 para R$ 50,40. A medida preocupa o setor, que depende significativamente do mercado americano.

“É uma preocupação muito grande, porque 30% do nosso faturamento é proveniente dos EUA, então isso vai afetar sim nosso caixa e vai ter que ter um remanejamento de estratégia, focar mais na Europa, Ásia, outros mercados aí, que temos uma relação comercial mais saudável, né?”, explica o executivo.

O impacto não deve se restringir ao lado brasileiro. Um terço do café consumido nos Estados Unidos vem do Brasil, e especialistas avaliam que será difícil para os americanos encontrarem alternativas à altura.

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"Eles podem buscar alternativas em outros países, mas é impossível suprirem 100% da necessidade. Eu acredito que de 20 a 30%, seja em cafeteria ou no supermercado, vai afetar o consumidor final nos Estados Unidos”, diz Marcos Matos, diretor do Conselho dos Exportadores de Café.

Além do café, as frutas brasileiras também devem ficar mais caras no mercado norte-americano. Um exemplo é a manga, que não é produzida nos EUA e depende das exportações do Brasil. Cerca de três mil toneladas da fruta, que sairiam de Petrolina (PE) na próxima semana, devem ter outro destino.

“Outras situações ficam bastante complicadas, em função de logística, em função do mercado encher e ter problema de baixo preço de venda. Isso talvez chegasse ao ponto de não ser interessante nem o produtor colher a fruta, em função do valor que ia conseguir vender essa fruta no mercado interno ou no mercado europeu”, explicou Jailson Lira, diretor do Sindicato de Produtos Rurais de Petrolina.

Entre os efeitos da taxação, também está a possibilidade de demissões em diversos setores. Ainda assim, há expectativa de que a decisão seja revista.

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