Endividamento dos brasileiros se mantém em 78,8%, segundo CNC
Cerca de 20% das pessoas possuem mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas
SBT News
Em junho, 78,8% dos brasileiros estavam endividados, número que se manteve estável em relação ao mês de maio, após três meses de alta, revela a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).
O resultado divulgado nesta quinta-feira (4) aponta a estabilização da demanda por crédito pelas famílias, que demonstram mais cautela para não acumular dívidas, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O endividamento avançou 0,1 ponto percentual entre as mulheres e reduziu na mesma proporção para os homens.
A pesquisa mostrou uma redução das famílias brasileiras que se consideram “muito endividadas” para 17,2%, uma diferença de 0,6 ponto percentual, enquanto as “pouco endividadas” aumentou para 33,7%, também 0,6 ponto percentual. Já o grupo de famílias que não terão condições de pagar dívidas manteve os mesmos 12% do mês anterior e de junho de 2023.
Inadimplência
O percentual de famílias com dívidas em atraso registrou aumento de 0,2 ponto percentual (28,8%), comparado com maio deste ano, mas abaixo do registrado em junho de 2023.
Quando a análise é sobre famílias com dívidas em atraso por mais de 90 dias, o aumento foi de 0,3 ponto, o que corresponde a 47,6% do total de endividados no mês.
O cartão de crédito é o principal meio de endividamento dos brasileiros, representando 86,4%, o que significa uma queda de 0,5 ponto percentual em relação a maio e 0,6 na comparação com junho de 2023.
O financiamento imobiliário apresentou o maior crescimento anual (1,5 p.p.) — maior número (8,9%) desde fevereiro de 2022.
Apesar do maior nível de inadimplência, o percentual dos consumidores que possuem mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas registrou queda de 0,4 ponto na comparação mensal, atingindo 20,4%.
Rio Grande do Sul
Sem os dados do estado, o endividamento teria recuado para 78,4% e as contas em atraso, aumentado, em 0,1 ponto percentual, para 28,7%, mostrando que metade do aumento nos dados nacionais de inadimplência foi causado pela demanda de crédito para as famílias gaúchas.
“Apesar da alta de 0,4 ponto percentual do endividamento no Rio Grande do Sul, a inadimplência no estado diminuiu 0,2 ponto percentual no mês, mostrando que, mesmo com a tragédia, as famílias continuaram com capacidade de honrar os seus compromissos”, afirmou o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.