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Economia

Em carta a Haddad, Galípolo explica motivos da inflação fora da meta estabelecida

Depreciação cambial, fatores climáticos e inércia da inflação do ano anterior são alguns dos fatores apontados

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Roque de Sá/Agência Senado
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O presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, divulgou uma carta enviada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta sexta-feira (10), esclarecendo as razões do descumprimento das metas para a inflação no Brasil em 2024.

Segundo ele, apesar do BC ter tomado as devidas providências para que a inflação atingisse a meta estabelecida, a inflação importada, a inércia do ano anterior, o hiato do produto e as expectativas de inflação foram fatores preponderantes para o não alcance do alvo.

"O fato de o real ter sido a moeda de maior depreciação em 2024, considerando seus pares ao nível internacional e os países avançados, sugere que fatores domésticos e específicos do Brasil tiveram papel expressivo nesse movimento cambial. No âmbito doméstico, a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio", diz na carta.

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Meta estabelecida

A atual meta de inflação no Brasil é de 3%, com uma tolerância de até 1,5%, ou seja, no máximo 4,5%. No entanto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta sexta (10) que a inflação no país fechou em 2024 em 4,83%, confirmando o rompimento do teto da meta da inflação do período, uma possibilidade que o BC já estava projetando em dezembro.

Na carta, Galípolo explica que o cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções inflacionárias e maior abertura do hiato do produto, fatores que, nas palavras dele, “exigem uma política monetária ainda mais contracionista”, o que se entende como um conjunto de ações duras para reduzir o dinheiro em circulação e desestimular o consumo. O intuito dessas medidas é controlar altas inflacionárias e proteger o poder de compra do real.

+ Copom aumenta Selic e taxa básica de juros chega a 12,25%

Galípolo destacou, ainda, que o Conselho de Política Monetária (Copom) decidiu realizar um ajuste de maior, elevando a taxa básica de juros em 1 ponto porcentual, de 11,25% para 12,25% ao ano, o que, na opinião do presidente do BC, foi compatível com a estratégia de encaminhar a inflação para um percentual próximo à meta, sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços.

Para as próximas reuniões, Galípolo acredita que o Copom manterá ajustes da mesma magnitude, 1%. Ele concluiu a carta reafirmando o compromisso de atingir a meta, a depender da evolução da dinâmica da atividade econômica, entre outros fatores.

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