Leilão define empresa que será responsável por trem de São Paulo a Campinas
Consórcio entre empresas da China e do Brasil deve investir mais de R$ 14 bilhões em trem de velocidade
José Luiz Filho
Um leilão, na Bolsa de Valores, definiu a empresa que vai ser responsável pelo trem de velocidade que vai ligar São Paulo a Campinas. O projeto prevê investimentos de mais de R$ 14 bilhões e concessão por 30 anos.
No calçadão em frente ao prédio da B3, ferroviários se manifestaram contra a privatização. Dentro, um leilão bastante rápido. Venceu o único consórcio a apresentar uma proposta.
O C2 Mobilidade Sobre Trilhos é formado pelas empresas Comporte, da família Constantino, dona da Gol Linhas Aéreas, e a CRRC, uma fabricante de trens chinesa.
Pelo previsto, o trem intercidades vai percorrer os 101 quilômetros entre São Paulo e Campinas em uma 1h04, com apenas uma parada em Jundiaí. A velocidade máxima será de 140 km/h. A passagem vai custar R$ 64, mas com as devidas correções até a inauguração da linha em 2031.
O Consórcio C2 também ficará encarregado da implantação de outra linha, a intermetropolitana, para atender municípios vizinhos a Campinas e Jundiaí, além de passar a operar a Linha 7-Rubi, que faz parte do sistema de trens metropolitanos de São Paulo.
O projeto do trem de passageiros entre Campinas e a capital paulista percorreu um longo caminho até a batida do martelo no leilão desta quinta-feira. Foram mais de duas décadas de idas e vindas. Desta vez, um incentivo ao investidor foi dado pelo BNDES, que garantiu, antecipadamente, quase R$ 6,5 bilhões para a construção da nova linha.
"Quando o BNDES nos permite a contratação de operação de crédito em antecipação, ele passa segurança do mercado, então esse papel do BNDES foi extremamente importante", afirmou o governador Tarcísio de Freitas.
