Economia

CNI critica Selic em 15% e afirma que BC ignora sinais de desaceleração da economia

Indústria afirma que cenário atual já permitiria início do ciclo de cortes na taxa de juros; Brasil segue com um dos maiores juros reais do mundo

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Para a CNI, há sinais claros que permitem corte na taxa Selic | Reprodução

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa Selic em 15% ao ano nesta quarta-feira (10) “ignora sinais claros” de desaceleração da economia brasileira.

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Para o presidente da entidade, Ricardo Alban, a queda da inflação, a perda de ritmo do mercado de trabalho e a melhora na atividade econômica já abririam espaço para cortes nos juros.

“A manutenção dos juros nesse patamar é excessiva e prejudicial. Encarece o crédito, inibe investimentos e penaliza a competitividade da indústria”, afirmou Alban.

Segundo cálculos da CNI, a taxa de juros real, descontada a expectativa de inflação, deve encerrar 2025 em 10,5% ao ano, cerca de 5,5 pontos acima da taxa neutra estimada pelo Banco Central.

Com isso, o Brasil continua entre os países com maior juro real do mundo, atrás apenas da Turquia.

A entidade estima que a taxa básica de equilíbrio deveria estar próxima de 10,5%, indicando que a Selic atual está 4,5 pontos acima do nível considerado compatível com inflação controlada e pleno emprego.

O BC afirma que a manutenção da taxa foi motivada por indicadores que mostram moderação no ritmo de crescimento da economia, movimento que já aparece nos dados mais recentes do PIB.

Para a CNI, no entanto, há sinais consistentes de que a inflação está perdendo força e de que a economia está crescendo.

O IPCA de novembro subiu 0,18%, levando a inflação acumulada em 12 meses a 4,46%, dentro do intervalo de tolerância da meta.

Segundo a entidade, esse conjunto de dados reforça que o ambiente inflacionário está mais benigno, o que permitiria ao Banco Central reduzir os juros com maior segurança.

A CNI afirma ainda que a combinação de atividade fraca, inflação em desaceleração e crédito retraído torna a atual política de juros “excessivamente restritiva”.

Selic em 15% pela quarta vez seguida

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (10) manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano. Esta é a quarta reunião consecutiva em que a taxa permanece no mesmo patamar.

Os dados de inflação, tanto a medida cheia quanto os núcleos, indicam algum arrefecimento, mas ainda permanecem acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A Selic é a taxa de juros utilizada pelo Banco Central como referência para aplicações financeiras e empréstimos bancários. Quando está em níveis elevados, tem como objetivo desacelerar a economia para conter a inflação.

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