Após impacto de fake news, transações via Pix caem quase R$ 170 milhões
Governo prepara nova campanha publicitária para negar que taxará movimentações financeiras

Vinícius Nunes
Desde que o governo Lula (PT) divulgou que a Receita Federal passará a monitorar movimentações de Pix acima de R$ 5 mil por mês, uma enxurrada de fake news tomou conta de redes sociais e aplicativos de mensagens. A falsa ideia de que o Executivo taxaria as transações fez com que os brasileiros ficassem com receio de utilizar o meio de pagamento instantâneo. O temor já mostra consequências: de 4 de janeiro (dia seguinte à divulgação da nova diretriz) a 14 de janeiro de 2025, o valor de transações caiu quase R$ 170 milhões, se comparado ao mesmo período do mês anterior.
De 4 a 14 de dezembro de 2024, foram feitas 2,17 bilhões de operações via Pix em todo o país. O valor dessas transações foi de R$ 895.995.093,42. Já no mesmo período deste mês, foram 1,85 bilhão de operações, com o valor total de R$ 726.784.153,64 – uma queda de 18,8% no montante. Os dados são do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do Banco Central do Brasil.
O motivo para essa diferença está na dúvida dos brasileiros quanto à nova Instrução Normativa RFB nº 2.219/24, que altera obrigações para instituições financeiras, bancos digitais e aplicativos de pagamento. Essas empresas, agora, terão que informar alguns dados à Receita Federal.
A nova diretriz estabelece que o monitoramento das movimentações globais mensais, de pessoas físicas, serão feitos nos valores acima de R$ 5 mil. Já para empresas e pessoas jurídicas, o monitoramento se dá em valores acima de R$ 15 mil. Não haverá taxação nestes casos.
A principal fake news envolvendo o Pix é que as operações seriam taxadas pelo governo. Isso é mentira. A onda de notícias falsas começou com um vídeo deepfake do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que haveria uma taxa nas operações financeiras.
Campanha para desmentir fake news
Por conta disso, o novo ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), Sidônio Palmeira, se reunirá com o presidente Lula nesta quarta-feira (15) para discutir uma nova campanha publicitária para desmentir as fake news.
Segundo o SBT News apurou, todos os ministros deverão ser escalados para compartilhar em suas redes sociais peças contra as notícias falsas. O próprio presidente Lula deverá encabeçar os materiais produzidos pela Secom.
Nessa terça (14), Sidônio reagiu às mentiras e disse que quem propaga que o Pix será taxado tem uma atitude criminosa.
"Não tem absolutamente nenhuma mudança, não vai se cobrar nada. Isso [as notícias falsas] é uma atitude criminosa que estamos vivendo, causando sérias consequências para quem tem seu pequeno comércio", disse.
"Precisamos enfrentar a desinformação neste país. Esse é o grande mal da humanidade. E é isso que tem feito proliferar a extrema direita no mundo. Ela estava sumida desde o fim do nazifascismo, mas tem estado de volta. Não por causa das redes sociais, mas pela desinformação", completou.









