A arrogância do sucesso e o risco da ruína
A linha de chegada no empreendedorismo pode ser o começo do fim, avalia João Kepler
Empreendedores e Founders que alcançam o sucesso frequentemente se veem tentados a acreditar que são invencíveis. Esse sentimento de superioridade é alimentado pelos bons resultados, o que leva alguns a "subir no salto" e a se tornarem um tanto quanto arrogantes. Mas a verdade é que, quanto mais alto se sobe, maior pode ser a queda.
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Acreditar que sabe e pode tudo é uma armadilha comum. Quando os empreendedores começam a ver seus sucessos como provas de sua genialidade inquestionável e dinheiro suficiente, eles param de ouvir conselhos e feedbacks. Essa ilusão de onipotência pode ser o primeiro passo para a ruína.
O sucesso traz consigo uma tendência a se tornar inacessível e até invencível. Os empreendedores que antes eram acessíveis e colaborativos começam a se fechar em círculos exclusivos, ficando cada vez mais distantes de seus colaboradores, investidores anteriores e clientes.
Essa distância pode levar à desconexão e à perda de apoio crucial. Mostrar conquistas e bens materiais, viagens luxuosas e uma vida de excessos torna-se uma forma de afirmar o poder.
Essa ostentação, em redes sociais e também em grupos fechados, frequentemente mascara inseguranças e fragilidades. Além disso, pode gerar inveja e afastar parceiros e colaboradores leais.
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Com o sucesso, muitos empreendedores se tornam mais seletivos, associando-se apenas a quem consideram estar hoje no mesmo nível ou nível superior. Essa exclusividade pode limitar oportunidades e a diversidade de ideias, essenciais para a inovação e o crescimento contínuo.
O comportamento arrogante e a desconexão com a realidade são sinais claros de que o empreendedor está "namorando" o que eu chamo de Risco da Ruína. Ignorar conselhos, subestimar adversários e desprezar os colaboradores podem levar a decisões erradas e, eventualmente, ao fracasso.
A tão celebrada "linha de chegada" pode se tornar, na verdade, o início do fim.
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Independentemente do sucesso alcançado, a humildade deve ser um guia constante. Ser humilde não é ser modesto ou subestimar suas conquistas, mas reconhecer genuinamente (não só da boca pra fora) que sempre há algo a aprender e que ninguém vence sozinho. A gratidão e o reconhecimento do esforço de todos são fundamentais.
A gratidão é uma característica essencial em todos os homens prósperos e que desejam longevidade. Agradecer a quem ajudou na jornada, reconhecer os desafios e valorizar os momentos de aprendizado são atitudes que fortalecem relacionamentos e constroem uma base sólida para o futuro.
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É comum que a fama suba à cabeça, trazendo consigo uma falsa sensação de segurança e invulnerabilidade. No entanto, a fama é efêmera e pode ser destrutiva se não for gerida com sabedoria. Manter os pés no chão é fundamental para não se perder no caminho. O equilíbrio entre o sucesso e a humildade é o segredo para a perenidade nos negócios.
Empreendedores que reconhecem suas limitações, valorizam as pessoas e permanecem abertos ao aprendizado contínuo têm mais chances de prosperar de forma sustentável.
Lembrar sempre de onde vieram e das mãos que os ajudaram a subir é o que os manterá no topo, com longevidade e respeito.
O sucesso não é um passaporte para a arrogância, mas sim uma oportunidade de reforçar a humildade e a gratidão. Esses valores são os verdadeiros sustentáculos da prosperidade duradoura.
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Portanto, se você acha que sabe tudo, é melhor descer desse salto. A soberba é a inimiga da sabedoria e o caminho mais curto para a ruína. Não importa o quanto você tenha conquistado, a humildade e a gratidão são as qualidades que realmente definem um líder verdadeiro e duradouro.
Falo isso por experiência própria: não seja mais um exemplo de ascensão e queda espetacular; mantenha os pés no chão e o coração ensinável. Pense nisso!