É um equívoco opor economia a ecologia, diz Haddad
Plano de transição ecológica foi discutido em São Paulo
Pablo Valler
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, estiveram nesta 6ª feira (17.nov) em São Paulo para debater o Plano de Transição Ecológica do governo. Haddad destacou que opor economia à ecologia é um erro.
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Jorge Queiróz, que anteriormente trabalhava informalmente como catador de lixo, agora faz parte de uma cooperativa que realiza a triagem do vidro recolhido em bares, restaurantes e grandes festivais de música, "Aqui é profissional, essa empresa me ajudou bastante, eu vivia de auxílio emergencial. Agora tenho minha casinha, meu sustento, moro sozinho, graças a Deus".
A cooperativa em que Jorge atua cresceu devido ao aumento da demanda por materiais reciclados. Ela faz parte do projeto "Glass is Good" da Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE), que reúne pelo menos trinta e seis empresas do setor de bebidas alcoólicas com um projeto robusto de sustentabilidade através da reciclagem de vidros.
Cristiane Foja, presidente da entidade, explicou que o projeto ganhou mais parceiros à medida que as cooperativas de reciclagem se interessaram pela reciclagem desse material. Atualmente, 40 cooperativas trabalham na recuperação de embalagens em 14 estados, além do Distrito Federal.
Wilson dos Santos Pereira, presidente da Cooperativa Vira da Lata, que participa do projeto da ABRABE, ressaltou a importância da reciclagem para resolver o problema do lixo nas grandes cidades.
O Governo Federal está em debate com a sociedade civil para lançar mais programas de incentivo à produção sustentável. Haddad afirmou não haver como separar ecologia de economia, pois os efeitos das mudanças climáticas já estão sendo sentidos globalmente, "Chegou na nossa geração, não estamos mais em duas gerações para frente, a coisa está acontecendo", afirmou o ministro da Economia. A Ministra Marina Silva também participou do debate.
O evento discutiu o Plano de Transição Ecológica, que inclui a introdução de novas linhas de crédito para o desenvolvimento sustentável, a criação de um mercado regulado de carbono e o incentivo à produção de energia limpa. Marina Silva destacou as desigualdades nas consequências das mudanças climáticas, afirmando que os agricultores familiares e a população indígena são os mais afetados.