Plásticos: falta compromisso para evitar um colapso, criticam especialistas
ONU, consultoria ambiental e executivo da Coca-Cola debatem soluções para diminuir o uso do material
Pablo Valler
Tecnologia em materiais que poluem menos, reutilização, mais eficiência na coleta e separação do lixo, reciclagem. São algumas das soluções para diminuir a possibilidade do plástico causar um colapso ambiental. Afinal, a produção desse material pode triplicar até 2060, para 1,2 bilhão de toneladas por ano. Assim como os resíduos, devem chegar a 1 bilhão de toneladas por ano.
Mas, "o que a gente precisa mesmo é compromisso. Dos governos, das empresas e dos consumidores", chama atenção Gabriela Ottero, porta-voz no Brasil do Tratado Internacional sobre Plástico, que faz parte do Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas).
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Os 193 estados-membros assinaram o documento. Porém, assim como qualquer promessa feita à ONU, nem todos cumprem. Apesar do monitoramento: "A gente monitora e percebe um avanço, sim. Só que eu acho que a mensagem-chave é que precisamos ter um monitoramento e uma geração de dados que comprove isso. Se não, a gente corre um risco muito grande de greenwashing. O ESG, o impacto para atingir ODS [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável] se faz com ações, com internalização dos compromissos da empresa. Então, quando uma empresa fala em gênero, nós precisamos saber quantas mulheres ocupam cargos de liderança, por exemplo", analisa Gabriela.
Essa evolução seria possível com os governos criando leis que obriguem as empresas a captarem dados, além de mostrá-los com transparência. O consumidor ajudaria cobrando tais informações e comprando apenas de quem respeita. Acontece aos poucos, garante Rodrigo Brito, head de sustentabilidade da Coca-Cola na América Latina. "A gente tem feito muita ativação [abordagem de clientes em pontos de venda], evento. A gente mostra o ciclo de uma garrafa retornável. A gente mostra que uma reciclável também é retornável se você descarta corretamente. Ela também vai ser triturada, limpa, reciclada, volta como garrafa, balde, cabide, etc.".
"Isso que a Coca-Cola faz é importante. Esse movimento ESG [impacto positivo no meio ambiente, no social e na governança] impulsiona. Não só para impacto positivo no meio ambiente, mas social. É um conjunto de elementos que devem ser considerados. Acho que só o fato das empresas estarem colocando em pauta o ESG, não só olhando para os seus produtos finais, mas toda a cadeia de produção... acho que a gente agora pode ter avanços importantes", ressalta Maria Lins Albuquerque, consultora ambiental.
Quer saber mais sobre a possibilidade de um colapso ambiental com o plástico e como podemos evitar? Assista agora ao Foco ESG:
Veja também: