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Economia

"Pensando no fator humano, o programa é necessário", diz economista sobre o Desenrola

Projeto que renegocia dívidas "vai melhorar a vida de muitas pessoas", acredita César Bergo

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César Bergo, economista e sociólogo (SBT News)
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O economista César Bergo, professor de mercado financeiro da Universidade de Brasília (UnB), considera o Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas prestes a ser lançado, "necessário" no contexto atual dos brasileiros.

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O também sociólogo participou, nesta 6ª feira (14.jul), do programa Poder Expresso e detalhou pontos importantes desse projeto, que começa a funcionar na próxima 2ª (17.jul).

"Eu, particularmente, não sou favorável a esse tipo de programa que privilegia o mau pagador. Mas a gente tem que pensar que o país passou por uma pandemia. Muitas pessoas se endividaram sem querer se endividar. Realmente, 80% das famílias estão inadimplentes e não conseguem mais pagar. É necessário que se faça esse programa de forma extraordinária. Não é para todo ano e muitas vezes, mas em função das questões que vivemos hoje", diz Bergo.

O Desenrola, segundo Bergo, "visa primeiro trazer mais pessoas para o consumo". "Nesse aspecto, poderia se dizer que é populista. Tem um aspecto eleitoral aí. Mas não tenha dúvida de que, pensando no aspecto humano, é necessário. Vai melhorar a vida de muitas pessoas", complementa o economista. 

Como vai funcionar o Desenrola?

Na primeira etapa do programa Desenrola Brasil, já a partir de 17 de julho, serão contempladas as pessoas que se encaixam na faixa 2: quem ganha até R$ 20 mil mensais e tem dívidas ativas feitas entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022.

Ficam de fora casos como dívidas de crédito rural, débitos com garantia da União ou entidade pública, dívidas que não tenham o risco de crédito integralmente assumido pelos agentes financeiros, dívidas com qualquer tipo de previsão de aporte de recursos públicos e débitos com qualquer equalização de taxa de juros por parte da União. 

A partir de setembro, pessoas da faixa 2 poderão participar do programa: quem tem renda de até R$ 2.640 (dois salários mínimos) ou inscritas no Cadastro Único do governo (CadÚnico) e com dívidas financeiras e não financeiras de até R$ 5 mil, feitas entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022.

Como a maior parte das dívidas negativadas (66,3%) dos brasileiros não é com bancos, mas com varejistas e empresas de água, gás e telefonia, o governo federal vai realizar leilões para negociar milhares de dívidas ao mesmo tempo. Estarão aptos a participar do programa os credores que derem os maiores descontos. 

A renegociação será feita por meio de um site. O devedor deverá entrar no sistema com seus dados de login do portal Gov.br. As exceções na faixa 1 são dívidas com garantia real, dívidas de crédito rural, dívidas de financiamento imobiliário e operações com funding ou risco de terceiros.

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